Incêndios destroem áreas de vegetação nativa e pasto

31/08/2019

Nos últimos meses, produtores rurais de Iguatu estão contabilizando prejuízos por conta dos incêndios que devastam grandes áreas de pastos. No final da tarde da quinta-feira, 29, mais de 10 hectares de área de pastagem foram atingidos pelo fogo.

“Eu não estava aqui na hora, mas me disseram que o fogo teria começado no Riacho Fundo, perto de uma casa velha que tem lá. Veio descendo para cá, atravessou a estrada e subiu queimando toda a área de pasto. Agora estamos tentando apagar o que a gente conseguir”, lamentou o agricultor Francisco Assis, que utilizou uma máquina de pulverizar para tentar apagar o fogo que já tinha atingido uma pequena mata de árvores nativas.

E cada vez mais tem o aumento das ocorrências de fogo em vegetação ocasionando perdas em áreas rurais. “O capim aqui estava fininho, porque não choveu bem, mas estava fechado. Eu ia colocar umas novilhas aqui pra dentro. A gente teve que tirar o gado maior que estava no pé da cerca acuado com medo do fogo. Agora temos que procurar outras roças pra colocar os bichos”, ressaltou o vaqueiro Antônio Pereira Mourão.

Quem passava pela CE 060, altura do sítio Piripiri, de longe avistava a fumaça e o fogo destruindo todas as áreas de pasto em propriedades particulares, no Sítio Vaca Morta. Os próprios agricultores até tentaram apagar as chamas jogando água, usando máquina de pulverizar, mas foram vencidos pelas chamas. “É muito fogo! Não conseguimos dar de conta de tudo. Conseguimos apagar uma parte, mas o vento ajuda a espalhar o fogo e trazer água no balde até aqui além de ser cansativo demora muito”, disse Antônio Mourão.

Somente na propriedade que Antônio Mourão cuida, mais de 6 hectares de capim que serviriam de alimentação para o gado viraram cinzas. Os prejuízos na propriedade ainda não foram calculados, mas a perda estimada somente com o pasto chega a mais de R$ 10 mil.

195 focos de incêndio

Os bombeiros foram acionados e atenderam a ocorrência, mas por conta do acesso não conseguiram entrar para debelar as chamas na área de reserva nativa que até na noite de ontem ainda estava pegando fogo. “Eles vieram, mas não tiveram acesso para entrar com o caminhão. Apagaram uma parte do fogo na beira da estrada, porque a fumaça na pista é bem perigosa”, comentou o produtor rural Teilton Soares.

De acordo com Corpo de Bombeiros, nos últimos 90 dias, 195 focos de incêndio em vegetação foram registrados aqui na região. Somente na quinta-feira, foram sete focos, sendo que quatro ao mesmo tempo. O fogo na maioria das vezes é provocado de forma intencional. “Ninguém sabe de onde começa, mas a gente é que sente no bolso e sabe o resultado que fica. O estrago que é causado também na natureza, destruindo a mata e os bichos”, mostrou-se indignado o produtor Teilton pela situação e susto vivido com o fogo na região onde mora.

Constantemente os bombeiros estão usando as redes sociais e agora emissoras de rádio divulgando alertas sobre o aumento de incêndios causados em vegetação e áreas florestais nos últimos meses. Além dos riscos de o fogo atingir as residências. “Quinta-feira, tivemos sete ocorrências em vegetação, terrenos baldios e às margens de rodovias. Confirmando aí a nossa média de em torno de duas ocorrências desde junho, por dia. Isso é preocupante”, destacou o tenente-coronel Nijair Araújo.

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