Há mais de 18 anos José Filirmino Neto passou a comercializar sandálias em couro. Inicialmente foram apenas poucos pares de calçados.
“Eu pelejei para conseguir ter acesso a alguma fábrica. Fui em Juazeiro, não consegui nada. Fui para Pernambuco, lá consegui os primeiros pares. Comecei com cinco pares de chinelos, que vendia numa bicicleta velha pelas ruas. Depois aumentaram as vendas, as pessoas começaram a gostar dos produtos e foi dando certo. Tinha um carrinho na calçada do comércio do seu Otávio Nascimento. Quando ele fechou, passei a vender no abrigo. Com a reforma, fiquei com esse quiosque. As vendas aqui melhoraram 100%, melhorou muito pela questão do espaço, segurança e conforto para a clientela, que tem os produtos expostos”, disse Zé da chinela de couro, como é conhecido.
Seu Zé exibe com orgulho os produtos que vende. Além das tradicionais chinelas de couro, há uma variedade de sandálias para o público infantil e feminino. Tem chapéu, de cangaceiro, do Dominguinhos, entre outros tantos modelos e cores. Entre tantas mercadorias, o quiosque se torna um cantinho que representa bem a cultura nordestina, tendo as sandálias de couro, produto com grande procura. “Mas, infelizmente, a maior procura é por pessoas de fora. Daqui mesmo de Iguatu são poucos que valorizam esses calçados. Mando calçado para vários estados. Parti para vender calçados, depois montei um crediário de redes, não deu certo. Mas, a venda do couro, foi que deu certo. Atualmente compro mais de 300 pares de calçados”, comentou o comerciante.
Durabilidade
Diante de tantos modelos, cores e variedades, o chinelo de couro continua sendo a mais procurada. “É um calçado bem feito, tem durabilidade. As pessoas compram e depois de muitos anos passam aqui para mostrar que ainda têm o calçado. É porque eu prezo justamente pela qualidade. Não é só vender. Eu vendo produtos em couro legítimo”, destacou, explicando o processo de chinelo. “Tem gente que acha caro um chinelo desses. Mas não vê o tanto de gente que é preciso, o tempo de curtição do couro. Uma sandália mais trabalhada, passa por várias mãos”.
De segunda a sábado, a partir das 6h30, o ponto passa a funcionar para atender os consumidores. “Por aqui passa muita gente. Tem turista que compra e leva para tudo que é canto. Já o povo de Iguatu gosta muito da borracha. Se depender da venda do couro só por aqui, não dá para viver. Por isso tem que ter outros produtos pra melhorar as vendas”, complementou Zé Filirmino.
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