A valorização imobiliária em determinados locais urbanos e rurais é sem dúvida alguma a melhor forma de se atrair investimentos e assim proporcionar desenvolvimento a determinados locais de um município.
O Estado por sua vez possui o poder de intervir no desenvolvimento urbano, com a valorização de determinadas áreas através de projetos públicos e parcerias privadas, que impulsionam a valorização e desenvolvimento.
Um exemplo do que falamos é a malha viária no litoral cearense, que através de investimentos públicos valorizou áreas antes com mercado desaquecido, como é o caso do Porto das Dunas e as cidades de Aquiraz e Eusébio, regiões metropolitanas de Fortaleza, proporcionando alta nos preços de terrenos que se transformaram em inúmeros condomínios com valores vultosos, decorrente em especial de investimentos em infraestrutura viária de acesso a estas localidades. Aqui na cidade de Iguatu temos o exemplo da Avenida do Contorno, que trouxe valorização aos terrenos antes tidos como rurais, e que atualmente se transformaram em loteamentos e fortalecendo a valorização das áreas remanescentes. Além disso, bairros antes com poucas residências receberam ampliação e triplicaram o número de casas existentes como é o caso do bairro Esplanada I e II.
Mas, infelizmente, o Estado também contribui para a desvalorização imobiliária, quando não faz obras necessárias ou atrasa obras em andamento, além de tornar ausentes serviços necessários para a manutenção do mercado imobiliário crescente.
Por outro lado, o Estado pode prejudicar esse mesmo mercado quando transfere problemas de uma região para outra, na qual esta última poderá ser drasticamente afetada com desvalorização dos seus imóveis por problemas sociais, como é o caso da Cracolândia na cidade de São Paulo, que tem ao longo dos anos se transferido de uma região para outra. Existem profissionais estudando a possibilidade de determinados problemas serem mantidos de forma intencional pelo poder público para que aqueles espaços sejam desvalorizados, acreditando que momentos depois com a desvalorização imobiliária, esses mesmos espaços sejam adquiridos para investimentos pelo capital privado, antecipadamente acordado com agentes públicos, aguardando que naquelas áreas sejam instalados equipamentos públicos, valorizando a região e por consequente o mercado, que posteriormente receberá investimentos privados com incentivos governamentais, transformando assim áreas antes totalmente desacreditadas em espaços com grande valor agregado.
Embora no momento esses estudiosos estão ainda a desenvolver seus trabalhos, o fato é que é notável que bairros antes com predominância de violência e ausência de equipamentos públicos foram adquiridos pelo capital privado e transformado em grandes centros ou equipamentos comerciais.
Ainda como exemplo do que trouxemos nesse texto, podemos citar uma certa região da cidade de Fortaleza, antes tida como área de risco de assalto e criminalidade, que atualmente encontra-se instalado um grande shopping center e nas suas imediações batalhão de polícia, delegacia, grandes e largas avenidas e até corpo de bombeiros, equipamentos públicos estes que até então inexistiam antes da chegada do capital privado.
Assim, o mercado imobiliário não oscila apenas com os reflexos da economia do país, ele é sobretudo o resultado das políticas públicas que são inseridas em determinadas regiões, que por sua vez proporcionam desenvolvimento urbano e atraem empresas, seja através de estudos técnicos previamente elaborados, ou para garantir o assistencialismo político tão presentes no dia a dia em nosso país.
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