Idosa atropelada foi notícia no A Praça por sua vitalidade e força

22/06/2024

Terezinha Ricarte de Oliveira foi notícia no A Praça em janeiro de 2023, após superar dois acidentes com quebradura de osso. Ela caiu dentro de casa e quebrou o fêmur, depois foi atropelada por um carro quando se deslocava numa moto e fraturou a bacia

 

No sábado, 15, dona Terezinha passou por mais uma prova de vida. Ela foi atropelada por uma moto, quando atravessava a Avenida Dário Rabelo, nas imediações do campus Humberto Teixeira. A idosa foi colhida pela moto quando já estava alcançando o canteiro central da avenida. Com o impacto da colisão, Terezinha foi arremessada a distância e sofreu fraturas na perna, lesões na cabeça e nos braços. O motoqueiro atropelador não foi identificado e se evadiu sem prestar socorro à vítima. Testemunhas que presenciaram o acidente disseram que a moto trafegava em alta velocidade.

Terezinha Ricarte foi socorrida e deu entrada na emergência do Hospital Regional de Iguatu. Segundo informações da família e dos vizinhos da Rua Cel. José Adolfo, onde ela reside, seu quadro de saúde é estável. Ela está consciente e otimista em se recuperar para voltar a caminhar e fazer o que mais gosta: caminhar, visitar os amigos, ir às festas, frequentar os eventos da terceira idade.

Nesta reportagem o A Praça resgata trecho da matéria feita com dona Terezinha em 2023, quando o leitor teve a oportunidade de conhecer um pouco mais do legado desta mulher de muita força e vontade de viver.

Janeiro de 2023

Aos 92 anos e após ter sofrido uma queda em casa, com quebradura de fêmur, e um acidente de atropelamento por um carro, quando se deslocava de mototáxi, indo para casa, dona Terezinha não é apenas uma idosa que coleciona ocorrências, mas também uma mulher de força e vitalidade. Seu desejo de estar sempre caminhando, participando de atividades e interagindo com o mundo externo é seu principal combustível.

Encontrá-la pelas ruas da cidade caminhando com o auxílio de sua bengala ‘quadripé’ já virou cena corriqueira. Se alguém parar num carro e oferecer carona, ela vai agradecer, mas vai preferir seguir caminhando. É um sinal de sua vontade de estar sempre ativa em movimento. Dona Terezinha mora na Rua Cel. José Adolfo, no bairro Santo Antônio. Diariamente se desloca para a igreja do bairro Prado, para rezar, ou para a Sé Catedral de Senhora Santana. Vez por outra é vista também na igreja de São José, na 13 de maio. Nas quintas-feiras à tarde ela está no encontro dos idosos promovido pela Associação Santa Edwirgens, no Cocobó, mas também vai ao ‘Forró dos Idosos’ no CRI. Adora dançar, encontrar os amigos, conversar e compartilhar as pequenas coisas que a vida lhe dá generosamente. “A gente tem é que viver, enquanto a gente puder e a vida permitir, depois o que vier a gente não vai lamentar nada”, frisou.

Terezinha Ricarte de Oliveira, apesar de seus 92, é uma iguatuense que impressiona pela saúde que tem e a boa condição física, audição, visão, velocidade de raciocínio. Não tem nenhuma doença crônica, nem diabetes, pressão alta ou qualquer outra comorbidade. Sua autoestima, motivação e entusiasmo pelas coisas boas, são fatores positivos para manter acesa a chama da vida.

Nem mesmo a trajetória de mais de 40 anos trabalhando como ‘lavadeira’ e ‘passadeira’ de roupas’, para sustentar os filhos e a casa, não tiou dela a vontade de viver, muitas vezes tendo o mínimo. Trabalhava dia e noite, lavando as roupas durante o dia nas margens do rio Jaguaribe e à noite engomando com ferro a brasa. “Eu era uma engomadeira que me orgulhava do meu trabalho, dava gosto de ver uma pessoa usando uma roupa engomada por mim, com ferro à brasa”, contou.

Há seis anos atrás, num belo dia quando voltava para casa de mototáxi, um carro atropelou-a, o mototaxista e a moto. Teve problemas na ‘bacia’, com fratura de ossos e precisou ficar três meses hospitalizada em Barbalha. Foi mais um aprendizado para quem cuidou dela. O médico que a atendeu e disse que “A senhora não vai mais poder andar”, ficou surpreso quando soube que Terezinha já estava caminhando, tempos após deixar o hospital. Há seis anos atrás, sofreu muito, após cair dentro de casa e quebrar o fêmur. Mas sua força é tão grande que antes do prazo estipulado pelos profissionais da saúde, ela já estava na rua demonstrando como é que vive, quem gosta e sabe viver.

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