Bianca Silva*
Segundo o educador e filósofo Paulo Freire, a inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades. No entanto, quando se observam os desafios enfrentados para inclusão de pessoas com autismo no Brasil, verifica-se que o ideal do patrono da educação é contrariado. Nesse sentido, convêm analisar as causas e consequências desse problema.
De acordo com a Constituição Federal promulgada em 1988, é dever do Estado garantir a educação e atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência. Portanto, é inaceitável que as escolas de ensino regular não sejam adaptadas para receber os portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Não há um currículo abrangente que inclua essas crianças de forma que elas consigam aprender e se sentirem parte do ambiente escolar.
Posteriormente, é fundamental ressaltar que o conhecimento acerca da síndrome é, ainda, muito raso. Segundo o portal de notícias do G1, somente no ano de 2012 os autistas passaram a ter os mesmos direitos que outros pacientes com necessidades especiais. Além disso, o investimento aplicado em pesquisas ainda é pouco, dado que o diagnóstico da é impreciso.
Destarte, urgem medidas em prol de corrigir a situação vivida pelos autistas no país. Desse modo, o MEC deve implementar obrigatoriamente nas universidades das áreas da saúde e da educação disciplinas específicas para o estudo do TEA, a fim de capacitar melhor os futuros profissionais para o cuidado de tais indivíduos e simultaneamente atrair interesses na pesquisa desse transtorno.
Ademais, a Secretaria da Educação dos estados e dos municípios deve adaptar o currículo escolar aos assuntos à temporalidade do autista assim estabelecendo a inclusão. Logo, espera-se que todos sejam respeitados igualmente, sem distinção, como desejava o professor Paulo Freire e preconiza a Carta Magna.
*Acadêmica de Enfermagem da URCA-Iguatu
Texto produzido na Oficina de Redação do Professor José Roberto Duarte
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