Talvez você não saiba o que há por trás dessa canção.
Talvez você, sequer, conheça essa canção.
Balada de Gisberta!
Pois bem! Essa é uma canção que traz como pano de fundo uma história real e absurdamente triste. Certamente a mais triste que você já ouviu ou vai ouvir hoje.
Balada de Gisberta é um verdadeiro tributo à resiliência e à memória de uma vida marcada por desafios. Interpretada, em primeira pessoa, por uma das maiores vozes da música mundial, Maria Bethânia, ela descortina uma história triste e comovente.
Composta pelo cantor e compositor português Pedro Abrunhosa e lançada por Bethânia, em 2010, no seu álbum “Amor Festa Devoção”, a canção conta a história de Gisberta Salse Júnior, uma mulher trans brasileira, soropositiva, que viveu, em condição de rua, em Portugal e foi brutalmente assassinada por um grupo de 13 jovens, no ano de 2006, cuja tragédia sensibilizou o mundo, sendo amplamente noticiada nos jornais de maior circulação e audiência do planeta. Gisberta foi espancada e jogada, ainda viva, num poço profundo de 15 metros de altura. Ela tinha 45 anos de idade.
Com uma letra profundamente poética, a canção retrata, de maneira pura, a dor e a exclusão vividas por Gisberta, além de ser um grito retumbante por igualdade e respeito.
A canção ajudou a trazer respeito e visibilidade às causas das pessoas trans e abriu espaços para discussões importantes sobre preconceito e violência.
Balada de Gisberta é muita mais do que uma música, é um manifesto de amor e respeito.
Se você ainda não se deixou tocar pelo poder e sensibilidade desta canção, não perca a chance, agora, de conhecer essa obra prima da música popular brasileira.
Não deixemos que outras Gisbertas morram para compreendermos que o amor não depende de raça, cor gênero ou qualquer outro rótulo padronizado por uma sociedade que se apresenta cada vez mais hipócrita.
O amor é incondicional e todas as Gisbertas que já não estão entre nós estão e estarão sempre presentes.
Bom final de semana e até a próxima!
0 comentários