Em Acopiara, funcionários da CAGECE com o apoio da Polícia Civil estão identificando irregularidades no uso da água da adutora do açude Roberto Costa, o Trussu, que abastece o município. Na última quarta-feira, 04, foi identificado que a adutora foi danificada para o furto de água. Pelo que foi denunciando pela companhia que gere o abastecimento da cidade, a água é furtada para uso de irrigação e alimentação de animais. Durante a operação ninguém foi preso, nem autuado.

“Vamos instaurar um inquérito e continuar as investigações, ouvir funcionários da companhia, moradores até chegar aos donos das propriedades apontadas pela CAGECE, onde acontecem normalmente os danos à adutora”, esclareceu o delegado Glauber Ferreira.

De acordo com delegado, há forte indícios que os danos à adutora são feitos de forma intencional. “A gente vê por essa área verde e terra molhada onde em volta toda a vegetação está seca. Quer dizer que só onde tem pasto, está verde e não tem uma fonte de água perto, a não ser a adutora que passa por dentro da propriedade”, destacou, afirmando que as investigações irão continuar no intuito de descobrir quem é responsável pelos danos ao patrimônio público.

De acordo com o que foi repassado pela CAGECE, os parafusos das braceiras que fixam a tubulação são afrouxados, fazendo com que a água escorra para dentro do terreno. “Antes quebravam o cadeado que tinha numa válvula. Colocamos uma corrente, mas mesmo assim ainda chegaram a quebrar outras vezes o cadeado para furtar água. Agora descobrimos que eles fazem isso nos parafusos, como se fosse um problema de desgaste da tubulação. Mas não é. Por isso viemos com a polícia aqui na intenção de descobrir e punir quem faz isso”, destacou o coordenador técnico da CAGECE, Sérgio Luiz.

Ainda de acordo com a companhia, os problemas são identificados pela vazão da pressão de água que cai e chega à estação de tratamento e distribuição na sede do município. A adutora tem extensão de 40 km. A água é captada do açude Trussu, em Iguatu. O equipamento fornece vazão de 160 metros cúbicos por hora, para abastecer a sede de Acopiara que tem uma população de cerca de 54 mil habitantes.

Racionamento

Por conta do baixo nível do açude Trussu, moradores enfrentam racionamento de água. De acordo com a companhia, é preciso a manobra para fazer o uso racional de água do manancial para que haja líquido suficiente para atender a demanda até o próximo período de inverno no início de 2020.

A fiscalização acontece com frequência em toda extensão da adutora. O que foi apurado é que desvios de água normalmente são utilizados para irrigar plantações de capim. Apesar do trabalho de fiscalização, muitas vezes não é possível identificar e nem autuar a pessoa responsável pelo furto de água. A barragem Dr. Tibúrcio Valeriano, que antes abastecia Acopiara, está praticamente seca. O açude Trussu acumula atualmente 2,44% da capacidade total de armazenamento. Técnicos da CAGECE lacraram os parafusos com uma tinta especial.