60 anos da Paróquia do Prado em verso e rima

27/09/2024

Por Ismael Oliveira*

Foi nas terras de Iguatu,

O lugar da água boa,

Que primeiro se ouviu

O entoar de fina loa,

Dedicada a Mãe de Deus,

Que na oração ressoa.

O bairro Prado escolhido

Já inscrito em sua sina,

Para ocupar tal morada

Que a Deus também fascina.

E ali foi habitar

Muitas das graças divinas.

Na modesta capelinha

Que’inda hoje se mantém,

Onde muitos já casaram,

Se confessaram também.

Um lugar muito querido,

Casa do sincero amém.

Nas redondezas do bairro,

Quanto tudo era deserto,

Na metade do outro século

A diocese fez o certo,

Instalando a paróquia,

Começando seu processo.

Uma marca bem real

Do que foi aquele início,

Quando ao povo foi entregue

O dever e seu ofício

De orar à Mãe de Deus,

Um trabalho bem propício.

Já havia por ali

Uma comunidade local

Que repartia o que tinha

Numa mesa tão igual

Que instiga a novidade

E do reino era sinal.

Eis então que alguns padres

Vindos da moderna Europa

Começaram seu percurso,

Movimentando toda obra

Da paróquia instalada

Trabalho tinha de sobra.

O primeiro, Agostinho,

Nome por certo escolhido

Pelo Deus da eternidade

Que nos trata com carinho.

Foi no seu paroquiato

Que firmou-se o caminho.

Outros tantos foram aqueles

Que viveram na paróquia

Redentoristas chamados,

De presenta tão notória

Com as suas vestes longas,

E marcaram nossa história.

Foram nomes bem marcantes

Que por tempo tão singelo

Da paróquia, celebrantes,

Muita terra no chinelo

Uma presença constante

No conviver muito terno.

Muitos deles já passaram

A viver na eternidade,

Recordados com carinho

Pelos bairros da cidade,

Também são muito lembrados

Nas muitas comunidades.

A planejar primeiro

Na presença do saudoso

Dom José Mauro Ramalho,

Bispo muito atencioso,

Ao clamor da diocese,

De ouvido piedoso.

Por tanta gente queridos,

É possível relembrar

O serviço tão bacana

Exercido pelo olhar

Que acolhia todo mundo

Sem ter tempo de julgar

A vida religiosa

Também fez sua marcação

Na história da paróquia

Com trabalho e devoção

Irmã Gilza, gente boa

E a irmã Assunção.

Outras tantas já passaram

E deixaram boas pistas

De como fazer fazendo,

Ampliando nossas vistas

Para olhar o mundo novo

Sem mais ódios e cobiças

No final daquele século

O passado já escreve

A mudança de cuidado

E José Marques recebe

A missão de o assumir

E seu zelo se percebe.

Começa então por aí

O fazer diocesano

Com os padres da Igreja,

Num desafio bem urbano

De animar as juventudes

E traçar alguns bons planos.

Em um serviço ofertado

No favor do povo pobre

A Casa de Acolhimento,

Um espaço muito nobre,

Que acolhe o mais sofrido

E de esperança o recobre.

Numa certa observância

Do maior dos mandamentos

O reduto missionário

Deve ser lugar de alento

E mensagem de justiça

Que do reino é cumprimento.

Engajada no viver

Das pessoas que, sofridas,

Buscam na casa da mãe

Um lugar, uma guarida,

A paróquia, na história,

Não lhes nega a comida.

Dando um salto bem distante

Que transpõe a boa escrita

Das histórias da paróquia,

Que são longas e benditas

Em cada paroquiano,

No fazer de suas vidas.

Era dois mil e quatorze

Quando foi bem celebrado:

Cinquentenário querido,

Que tão bem foi planejado

Pelo povo da paróquia

Muito bem executado.

Acolhemos missionários

Vindos de tantos lugares,

Nossa paróquia abrigou

As pegadas populares,

Buscando a libertação

E trazendo novos ares.

Falo com propriedade

E por ser visto de perto

O penhor de tanta gente

Em propor caminho aberto

De serviço e de cuidado

Buscando fazer o certo.

E o certo vai clamando

Pela escuta atenciosa

Das mazelas que atingem

E que são muito danosas

Para o bem comum de todos,

Uma escuta esperançosa.

Na verdade, o vigor,

Que mantém o planejado,

É a força laical

Do povo que é chamado

A seguir os passos seus,

Do Senhor Ressuscitado.

Hoje também me recordo

Das diversas formações

Das quais eu participei,

Verdadeiros mutirões,

Que trouxeram muito ganho,

Muitas foram as missões.

Nos sítios e na cidade

São muitas atividades:

Catequese, liturgia,

O serviço à piedade

Do povo sacerdotal

A ser sinal de verdade.

Porque as comunidades

São sinais de plenitude

Do reinado de Jesus,

Que espera atitudes

Das pessoas, lideranças,

Para que o mundo mude.

Na fraterna reunião

Que anima o social,

Que são marcas da paróquia

No cuidado do local,

Pelas causas tão diversas

E do bem sendo sinal.

Celebrar sessenta anos

De história e muita luta,

Bem vividos e felizes,

Que sustentam a conduta

Dos que são paroquianos,

Construtores na labuta.

O seu Perpétuo Socorro

Que emana de Jesus,

Nossas causas tão singelas

Que nos fazem plena luz

E dos passos viajantes,

Sua vida nos conduz.

Como Mãe que é venerada

Da Igreja, que é lar,

Os devotos seguem firmes

Na vivência do amar,

E cantando forte o hino

Para “até ao céu chegar!”

 

* Ismael Oliveira é cearense e iguatuense. Nasceu em 1996. Estudante de Psicologia (PUC Minas) e simples artesão de palavras. Por muito tempo, foi leigo engajado nas atividades da Paróquia do Prado, das quais lembra com carinho e saudade.

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