No universo dos pseudônimos, Chapolin é nome de personagem de série infantil de TV. Diverte o público infantil e adulto com suas piadas grotescas e repetidas, interpretando um super herói da ficção atrapalhado e ingênuo.
Na vida real de Iguatu, ‘Chapolin’ é um sobrevivente das intempéries socioeconômicas. Ganhou o pseudônimo quando ainda era adolescente jogando futebol nos campos de várzea. Vender doces é seu negócio, uma atividade bem diferente daquilo que o personagem interpretado pelo saudoso ator mexicano Roberto Bolãnos, documentou para a rede de TV mexicana Televisa e encantou o público de seu país, depois o popularizou no mundo inteiro, inclusive no Brasil.
José Robério do Nascimento,39 (Chapolin) é um vendedor de doces. É comum encontrá-lo pelos locais de maior fluxo de pessoas, no centro, casas lotéricas, bancos, praças, restaurantes, lojas e na feira. Geralmente circula com seus potes de doce artesanais e sempre encontra uma maneira diferente de abordar as pessoas para oferecer seu produto. É sua estratégia de venda há mais de duas décadas. ”Quando encontro meu cliente, às vezes até sei que ele ainda tem doce da última venda que fiz, mas não deixo de oferecer, em muitas ocasiões já consegui vender mais, é quando o cliente diz que gostou e vai levar para mais alguém”.
Aprendeu a arte de fazer os doces com sua vovó, dona Antônia Laureano do Nascimento (saudosa memória). Ela fazia os doces e Chapolin saia vendendo. Quando sua vó faleceu e já sabia fazer e só aperfeiçoou e deu continuidade ao legado dela.
Morador do bairro, Vila Neuma, José Robério tem uma rotina puxada. Produz os doces com o auxílio da esposa, Ana Beatriz, da mãe dele, Joana Dark Laureano, e o próprio Chapolin sai para vender. Tem uma variedade de sabores que consegue agradar o paladar da clientela e garante que ao longo dos anos já conseguiu fidelizar seus clientes. No retorno para casa, depois de vender a produção já reabastece nas compras dos insumos para a nova produção.
Na produção totalmente artesanal em sua residência, Chapolin afirma que é cuidadoso com a higienização da cozinha e os utensílios usados para fazer os doces. Até os horários são escolhidos estrategicamente para a produção. Já tem os fornecedores certos do leite, açúcar, e a variedade de frutas; Goiaba, Coco, Banana, Mamão, Caju, Gergelin e as embalagens transparentes; os potes pet recicláveis. O carro chefe de sua produção e campeão de vendas é o doce ‘três em um’ que reúne três ingredientes, leite, Coco e Goiaba. Visualmente o composto não aparenta homogeneidade porque os doces não se misturam. A forma de montar na embalagem transparente e a diferença de textura e coloração é o que atiça o desejo do consumidor. O artesão não conta o segredo, mas ele produz os doces separadamente, Leite com Coco e o composto de Goiaba, deixando para juntar as partes na hora de embalar. Chapolin garante que é na hora de colocar na boca que os sabores se misturam gerando o prazer final do paladar.
No centro da cidade Chapolin se desloca a pé carregando os potes de doce nas mãos, mas de casa para o comércio ele transporta a produção de carro, no seu inseparável Gol vermelho 96/97. O carro é muito útil na hora das compras dos insumos e para transportar a produção. “É uma bênção de Jesus, é meus pés e minhas mãos, me ajuda muito meu golzinho 1.0”.
José Robério afirmou que ainda não tem empresa formalizada, mas é um sonho seu criar sua empresa, para ter sua MEI-Micro Empreendedor Individual, pela necessidade de emissão das notas fiscais, no caso das entregas para revenda em que é preciso faturar para o revendedor. Pela MEI será possível manter a esposa com registro empregatício e pagar os encargos sociais visando aposentadoria e algum benefício previdenciário por algum eventual afastamento das atividades.
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