Mãe atípica investe na carreira profissional para cuidar do filho, crianças e adolescentes autistas

19/04/2025

“O que me despertou buscar essa área foi meu filho Felipe, que é autista. Quando eu descobri o autismo no Felipe, eu não sabia o que era, busquei em artigos, livros, pessoas, vídeos, depoimentos, busquei várias fontes de pesquisas, nos quais eu descobri o que era e como lidar. Na realidade a gente aprende o que é o autismo no dia a dia, na prática, porque cada autista tem sua singularidade e é particular”, disse Fabrícia Oliveira, neuropsicopedagoga, formada em Pedagogia.

Fabrícia tem outras especialidades e conta um pouco da história de ser mãe atípica que a motivou a buscar através dos estudos uma formação profissional para entender melhor sobre o autismo e outros transtornos mentais para ajudar ao filho Felipe Domiciano, 14 anos, estudante, e outras crianças e adolescentes e suas famílias.

Antes de se formar em pedagogia, Fabrícia Oliveira trabalhou como secretária deste periódico e exerceu também o cargo de auxiliar administrativa em outras empresas em Iguatu, mas sempre buscando conhecimentos e especializações para ajudar o filho e consequentemente outras famílias com crianças e adolescentes autistas. “A pedagogia é um curso que transmite conhecimento, habilidades, técnicas, desenvolvimento. É um curso que acredito que os profissionais eram para ter, porque é um curso que ajuda na formação de outros profissionais. Foi isso que me ajudou a despertar para mais outros conhecimentos. Hoje, sou graduada em pedagogia, tenho pós-graduação em neuropsicopedagogia clínica e institucional, pós-graduada em ABA, que é analise de comportamento aplicada, que é uma das ciências que é essencial para o comportamento. Sou formada também em Educação Especial Inclusiva do Espectro Autista, TEA, especialização também em Ludopedagogia, psicomotricidade, estou buscando outras formações, concluindo também a psicopedagogia”, afirmou.

Lutas e desafios
Não diferente de outras história de vida, a de Fabrícia e da família dela é cheia de lutas, muitos desafios. “A nossa luta para inserir nosso filho na sociedade é constante. Para inclusão, também para habilidades futuras, psra ele ser independente, conseguir chegar e resolver a vida de forma independente, espontânea, isso que eu luto. Eu venho buscando formas de ensinar, estimular o Felipe para isso. Através disso eu queria poder ajudar outras pessoas, outras mães atípicas, assim como eu. A questão do desenvolvimento, das habilidades dos filhos que têm algum tipo de deficiência, transtornos. No caso da minha área abrange neuropsicopedagogia, diversas outras coisas podem trabalhar com crianças com autismo, TDAH, dislexia e diversos transtornos e dificuldades na aprendizagem. Estou sempre me atualizando, reciclando para melhora atender, estimular, ajudar aquelas crianças e adolescentes que vêm até a mim”, ressaltou Fabrícia, pontuando ainda que “eu bem sei como é desafiador viver numa sociedade onde infelizmente muitas pessoas não buscam o conhecimento para entender essas pessoas que têm dificuldades, transtornos. Então, nossa luta é buscar melhorar vida futura dessas crianças e adolescentes, suas habilidades, conhecimentos, sua vida cotidiana e futura.”

Suporte e estímulos
Fabrícia comemora os resultados com o desenvolvimento do filho e também de outras crianças e adolescentes que necessitam de suporte. “Em acompanhar o Felipe, eu sentia essa necessidade de ajudar outras pessoas, outras mães. Então eu busquei o conhecimento, formação para colocar em prática. Hoje, com a graça de Deus estou aqui para atender. Amo essa profissão, essas áreas em que atuo e quero poder contribuir com minha experiência de vida, habilidades e conhecimentos. Como mãe atípica para mim é um grande prazer poder ajudar essas crianças, adolescentes e suas famílias a terem um futuro bem melhor. As crianças com dificuldade e transtornos precisam de estímulos. É de fundamental importância que a família contribua. Precisamos unir as mãos, profissional, família e escola para melhorar a vida dessas crianças e adolescentes. Precisa ter esse vínculo, só o profissional não adianta, tem que ter esse trabalho em conjunto”, destacou a profissional que divide os cuidados dos filhos com o esposo Valmir Domiciano, pais também da pequena Mariana de 2 anos.

Atendimento
Além dessas experiências, a arte de ser mãe, profissional e professora, Fabrícia também confecciona alguns materiais pedagógicos que são utilizados, reaproveitando materiais recicláveis, para oficinas e práticas.

Com o filho e outras crianças dependentes de sua atenção, Fabrícia passou a atuar mais diretamente na profissão atendendo na Clínica Mais Saúde, na Avenida Dr. José Holanda Montenegro, 18, no bairro Veneza. As pessoas podem conhecer mais sobre o trabalho da profissional pelo perfil no instagram @neuropp_fabricia.

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