Universitários mobilizam setor produtivo com feira agroecológica

26/10/2019

Estimular uma alimentação mais saudável através do consumo de alimentos sem agrotóxicos, valorizando a produção agroecológica, é o objetivo da 1ª Feira Agroecológica de Iguatu. Na quinta-feira, 24, quem foi ao Campus Humberto Teixeira pôde ver de perto a iniciativa do projeto de extensão EcoAR, do Grupo de Pesquisa em Ecologia e Conservação de Ecossistemas – ECOEM da UECE-FECLI, juntamente com o Instituto Elo Amigo e parceria da Secretaria da Agricultura.

Os alunos do curso de Biologia mobilizaram produtores e consumidores no propósito de estabelecer diálogos que promovam a cultura de uma alimentação mais saudável. A ideia surgiu após o trabalho acadêmico de monografia da estudante Nathalia Silva. O que foi estudado e pesquisado saiu do papel para a prática. “Foi um trabalho abraçado por muitos colegas. Eles acreditaram, a ideia acaba sendo de todos. Essa é nossa contribuição no pensamento de que os alimentos devam se adequar às normas de uso sustentável do meio ambiente, priorizando a diminuição de contaminantes físicos, químicos e biológicos”, pontuou.

Quintais produtivos

Quase 15 produtores dos mais variados pontos da cidade se instalaram na área do campus. Entre os produtos disponíveis: hortaliças, grãos, sementes, frutas, tubérculos, ovos, goma, farinha, mel, fubá, alimentos beneficiados como bolos, tapiocas, beijus, polpas de frutas, doces, queijo e manteiga, além de artesanato. “Pudemos expor nosso trabalho articulado junto ao Instituto Rio Jaguaribe que executamos no fortalecimento de quintais produtivos”, disse Paulo Maciel, que apresentou os grãos cultivados em sua propriedade.

Quase 15 produtores dos mais variados pontos da cidade se instalaram na área do campus

Mikael Alves, estudante do curso de Biologia e membro do grupo de pesquisa em Ecologia e Conservação de Ecossistemas da UECE, disse que a ocasião serviu para receber alunos do ensino regular. Alunos da rede privada e pública de Iguatu estiveram no local. “É uma tentativa de aproximar as diferentes populações da comunidade científica e de possuir um espaço para a compra de alimentos saudáveis que não temos aqui na região, criando oportunidades para os pequenos produtores e todo esse espaço de Cultura, arte e ciência possibilitando uma interação entre todas as categorias”, explicou.

O primeiro momento, conforme o grupo de extensão, foi de articulação com a rede de parceiros. A feira ocorrerá mensalmente, mas, conforme demanda, poderá passar a ser quinzenal. “Vamos avaliar um calendário ideal. Mas no futuro queremos que ela seja independente tendo os produtores como protagonistas de toda a estrutura”, finalizou Mikael.

Hábito saudável

O projeto ainda assegura que haja distribuição e a aquisição dos produtos ocorra diretamente dos produtores da região e consequentemente a prática da agricultura familiar e suas vertentes sustentáveis. Agregar valor à renda dos produtores, de modo a fortalecer a economia local e a qualidade de vida de agricultores e frequentadores da feira é outra vertente do projeto. “Comer um alimento desse nível é saber que se está adquirindo um hábito saudável e que lá na frente proporcionará longevidade com saúde. Sempre tenho o cuidado de saber a procedência dos alimentos e faço questão de aumentar a despensa deles”, afirmou a autônoma Gerlânia Santos entre uma compra e outra.

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