Ainda na manhã de ontem, sexta-feira, 01, o produtor rural Antônio Maurício de Oliveira estava limpando o terreno dele, cortando os pés de banana que foram atingidos por uma forte ventania, na tarde da última segunda-feira, 28, no sítio Cardoso, zona rural de Iguatu. “Eu estava em casa, tinha almoçado e me deitei um pedaço, quando passou aquela ventania bem rápida. Logo em seguida meu irmão veio me avisar da destruição das bananas. Vim, olhei, comecei a limpar o terreno, não tinha outra coisa a fazer”, lamentou.
Maurício cultiva a variedade pacovan, a mais aceita no mercado. O produtor estima que perdeu mais de 500 pés de banana, ultrapassando 30 milheiros de frutas. “Somente depois de limpar toda área, que vou ter real noção do prejuízo. Mas o que perdi, só de vista, foi mais de 500 pés, porque lembro que tinha plantado mais de trezentas covas. Tinha planta no ponto de colheita e outras em que logo tinha ia colher, perdi tudo. A sorte é que tem uma parte que não foi derrubada. São plantas menores. Nos próximos meses deve estar dando bons resultados”.
O milheiro de banana pacovan é comercializado em média no mercado local variando entre R$ 160,00 a R$ 170,00.
Brisa forte
Conforme dados da Funceme, o vento chegou a 38,8 km/hora, o que se caracteriza como brisa forte. O fenômeno natural aconteceu entre meio-dia e as 13 horas. “Essas coisas, esses ventos fortes ultimamente têm acontecido com mais frequência aqui. Nos últimos anos, até mesmo ano passado, o vento que passou por aqui derrubou muita banana em quase todo mundo. Causou prejuízo de milhões para os produtores. E o mais engraçado que os sítios que são os mais atingidos ficam às margens do Rio Jaguaribe”, afirmou o aposentado José Evangelista.
O também produtor rural Alberto Oliveira tem um plantio de banana vizinho à área atingida, mas desta vez as plantas não foram derrubadas pela ventania. “Aqui tenho pouca pacovan, por isso que não caíram. Foi um negócio interessante porque o vento veio, derrubou umas plantas, depois se formou um redemoinho bem no meio das bananas, naõ atingiu as laterais e derrubou mais só plantas do meio, onde abriu o clarão”, explicou.
Segundo moradores, não há registros de que a ventania atingiu casas, nem que alguém ficou ferido. “Agora vai ser preciso pelo menos uns quatro meses pra colher dos pés que sobraram. E retomar a produção de onde vai ser preciso arrancar”, ressaltou Maurício.
Histórico
Recentemente uma chuva de cerca de 40 minutos, seguida de ventos fortes de até 78,8 km/h, causou estragos em diversos pontos da cidade de Jaguaribe, no domingo, 20, mês passado. A ventania arrancou telhados de mais de cem casas, derrubou placas de estabelecimentos, a torre de comunicação da Polícia Militar e o teto de duas quadras esportivas ficaram completamente destruídos.
No dia 12 de março deste ano, Iguatu registrou uma rajada de vento de 70,2 km/h por volta das 17h. A ventania foi também uma das maiores já registradas historicamente no Ceará, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Outra ventania destruiu cerca de 60 hectares de banana da variedade pacovan na localidade de Maurícia, zona rural de Cariús, no dia 14 de janeiro de 2018.
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