Em mais uma semana de ato de greve, professores da rede municipal de ensino de Iguatu se reuniram na quarta-feira, 13, em carreata que percorreu as principais ruas da cidade no intuito de reforçar a luta da categoria. A concentração ocorreu na Praça das Crianças. O ato contou com a participação de professores e simpatizantes e apoiadores do movimento encabeçado pela diretoria do Sindicato do Professores de Iguatu, que reforçou o posicionamento do magistério.
Há quase três meses o Sindicato dos Professores alega que houve descumprimento por parte da gestão municipal acerca do descongelamento e pagamento retroativo do anuênio da categoria, percentual sobre o salário a ser pago ao empregado por tempo de serviço cumulativo a cada ano. O benefício está congelado há 12 anos. “Nosso objetivo é fazer com que a população entende que nossa greve é legítima, e que a luta é por direitos”, explicou Edhe Vieira, presidente do sindicato.
A categoria alega ainda que está cumprindo o que determina a lei e que 30% das aulas estão sendo ministradas. O movimento cobra ainda mais clareza com a prestação de contas do município.
Início
Em fevereiro deste ano, em acordo com o Sindicato, a gestão firmou que descongelaria o anuênio no mês de outubro, em 50% e a partir dos meses seguintes seria integralmente. Mas alegando equívoco no cálculo do impacto, no dia 12 de setembro o secretário de Educação, Pablo Neves, anunciou que não iria mais cumprir o acordo, que implementaria 1,5% a partir de 2019. Em resposta, o movimento optou por ingressar em greve.
Nova proposta
A Secretaria de Educação de Iguatu apresentou uma nova proposta de pagamento de 4,5% do anuênio, que é de 1,5% por ano referente ao período de 2017, 2018 e 2019. Mas a categoria rejeitou a sugestão.
Na Justiça
Na época a gestão municipal recorreu à Justiça alegando que a prefeitura não tem condições de implantar o benefício no contracheque dos educadores. No primeiro momento, a greve foi suspensa, mas a categoria conseguiu reverter a decisão da justiça que, logo depois, considerou a greve legal.
Inviabilidade
O município afirma não ter condições financeiras de atender de imediato a reivindicação dos professores. E afirma permanecer aberta ao diálogo e busca entendimento com a categoria. “Primeiro é importante esclarecer que os professores da rede municipal de Iguatu estão com seus salários em dia, com reajuste concedido no mês de janeiro, ao que é inédito. O pagamento de 50% do décimo terceiro salário realizado em julho e todos os outros direitos que são assegurados a categoria pelo Plano de Cargos e Carreiras estão sendo devidamente respeitados. O que os professores reivindicam da atual gestão é que o prefeito devolva esse direito da categoria e pague todo o retroativo de 12 anos. Já justificamos a inviabilidade de se praticar o que os professores reivindicam. Não é por má vontade da gestão, é uma questão real de limitação financeira”, disse.
Redes sociais
Circulou nas redes sociais uma suposta fala atribuída ao secretário afirmando que o prefeito só negociaria o direito da categoria em 2020. Ainda na internet, Pablo rechaçou o comentário que o dá direito de combater judicialmente. “Sempre demonstrei imenso respeito no trato com os representantes de classe, estando sempre aberto ao diálogo e tratando todos os assuntos abordados com seriedade e clareza, visto que repudio atos de leviandade. Infelizmente, a política partidária tem feito alguns perderem o apreço pela verdade e recorrerem à mentira, que é o pior dos artifícios. Espero das pessoas que inconsequentemente propagaram tamanha inverdade que se retratem, a preço de caso contrário arcarem com as consequências judiciais cabíveis”, publicou Neves.
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