Ciência com Café

14/12/2019

Para os crentes, Deus está no princípio das coisas. Para os cientistas, no final de toda reflexão“. Max Planck

Ciência brasileira à luz da esperança

Com uma estrutura ultramoderna, o ambicioso laboratório de luz síncrotron, o Sirius, localizado em Campinas – SP, oferta a pesquisa brasileira uma revolução em várias áreas, como saúde, agricultura e exploração de petróleo. Ciência com Café desta edição, caro (a) Leitor (a), apresentará o Sirius, o novo acelerador de partículas do Brasil, a maior estrutura científica da história do nosso país.

O que é e como funciona o Sirius?

O Sirius é um gigante acelerador de partículas, capaz de produzir a luz síncroton. Esta radiação funciona como um raio X – é capaz de analisar rapidamente a estrutura de materiais em escala de átomos e moléculas. Em números grossos, o Sirius conta com uma estrutura de 68 mil m2 de área construída; 8 mil pontos de controle e mais de 4 mil computadores. O Sirius possui uma “coluna vertebral” estruturada em três fundamentos: um canhão lança os elétrons em um percurso de mais de 500 metros, dentro de uma estrutura circular, quase a velocidade da luz; em seguida essas partículas produzem a luz síncroton e, por fim, a luz é desviada por campos magnéticos para estações de pesquisa. Por sua vez, em cada estação, essa alta energia permite uma análise nanométrica de diferentes tipos de materiais.

Qual retorno científico o Sirius poderá oferecer?

Além de colocar o Brasil no patamar das grandes descobertas científicas, o Sirius permitirá no âmbito da saúde, um estudo mais aprofundado e elaborado do cérebro humano, ajudando a desenvolver tratamentos e medicamentos para doenças como Alzheimer, Parkinson e outras doenças degenerativas. No campo da energia, pode ajudar a desenvolver baterias menores, com maior durabilidade e segurança, além de menor custo. O pré-sal brasileiro poderá ser beneficiado no aspecto da redução de custos e aumento da produção. Já na agricultura, apoiará um profundo entendimento dos mecanismos de absorção das plantas, melhor aproveitamento de insumos e controle de pragas.

Um adendo

O Sirius já se encontra em operação. Entretanto, o recém-nascido, em tão pouco tempo de vida, já respira por aparelhos, pois segue à espera de recursos do governo federal. De maneira metafórica, é como se tivessem tirado o motor de um Fórmula 1 em plena curva do “S” do Senna no traçado de Interlagos. Não há milagre, dessa maneira, irá atrasar o escopo total do projeto, o que poderia operar em seu íntegro funcionamento em 2020.

Estaríamos próximo de um Laureado brasileiro?

O chute foi certeiro, mas infelizmente parou na trave. Foi assim com César Lattes, físico brasileiro, que, por muito pouco, não recebeu um prêmio Nobel da Física, por sua contribuição na descoberta da partícula atômica méson pi, fundamental para o desenvolvimento da Física Atômica … mas descreverei esse episódio em um futuro breve, com detalhes. À luz da esperança, o Sirius é uma importante ferramenta para um possível (e inédito) prêmio Nobel concedido a um (a) brasileiro (a), em um futuro não tão distante, acredito piamente nisto – obviamente que não se deve buscar prêmios e sim, a Ciência, seus feitos e contribuições – mas um prêmio Nobel seria um justo reconhecimento para com a sofrida, maltratada, esquecida e esforçada Ciência brasileira.

Iguatuense, formação em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica pela UFCG e Yonsei University, Coreia do Sul – Engenheiro Eletrônico da Freehand Engineering, EUA

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