O prejuízo foi estimado em R$ 1.500,00, mas poderia ter sido bem maior, segundo o agricultor Francisco Diassis Duarte, das 40 ovelhas que estavam no campo pelo menos seis foram atingidas pela queda do raio, na noite do dia 31 de dezembro, sendo que cinco morreram na hora.

“A sexta ovelha sobreviveu. Encontrei ela tentando se levantar, pensei que ia morrer, mas ficou boa. A gente estava em casa se confraternizando, quando começou a chover, por volta das 19h30. Só vimos um clarão, seguido de um forte estrondo. Faltou a energia. Pensei logo que tinha caído um raio por perto, mas não imaginava que tinha sido logo onde tinha deixado as ovelhas. Na manhã do dia 01, um vizinho achou as ovelhas mortas, tudo duras, esticadas no chão”, afirmou o agricultor, morador do Sítio Iputi, na zona rural de Várzea Alegre, onde aconteceu a incidência do raio.

O rebanho de ovelhas estava perto de uma pequena árvore quando o raio caiu atingindo os animais com a descarga elétrica. De acordo com dona Francinilda Duarte, esposa de seu Birinha, como é conhecido seu Francisco, naquela noite choveu 173 milímetros. “Foi uma chuva ligeira e forte, carregada de ventos, com muitas trovoadas. Mas não demorou meia hora e logo passou. Eu fiquei com medo. Mas também foi uma bênção porque encheu os barreiros e nosso pequeno açude que estava seco, na terra”, comemorou.

“Foi um prejuízo seguido por uma bênção. Deus sabe o que faz. A gente nem esperava por uma chuva dessas, infelizmente os animais morreram, mas Deus mandou água para os outros que estavam com sede”, complementou o agricultor.

Precauções

O Brasil é o país com mais incidência de raios anualmente, de acordo com o Grupo de Eletricidade Atmosférica, ELAT, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, com uma média de 77,8 milhões de raios. Na Região Nordeste, a incidência desse fenômeno aumenta durante o período de pré-estação e o inverno, quando as chances de ocorrer o fenômeno são maiores. “Para ocorrer a descarga elétrica em solo, o raio sempre procura a trajetória de menor resistência entre as nuvens e o chão”, explicou Durval Mendonça, professor de Física da UECE/FECLI – Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu.

Ainda segundo o INPE, a chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio é muito baixa, menor que 1 para 1 milhão. Mas se a pessoa estiver em área descampada sobre chuva, esta chance pode aumentar chegando até 1 para mil. “O ideal é procurar abrigo em locais seguros, nunca ficar em área aberta, nem elevada. Se estiver na rua, procure abrigar-se em um local seguro, nunca embaixo de árvores. Em casa, evitar usar telefone seja fixo ou aparelho celular ligado na rede elétrica. É importante desligar aparelhos eletrônicos das tomadas, pois evita que sejam queimados caso sofram descarga elétrica mais intensa”, recomendou Durval, informando que as dicas são válidas também para o campo.