O Ano Novo começou com chuva em todas regiões do Ceará, mas ainda há municípios que não registraram oficialmente nenhum milímetro de chuva nos primeiros quinze dias de janeiro, entre esses está Pacujá, na Região Norte, e Quixelô, no Centro-Sul cearense.
“Realmente, estamos aguardando a tão esperada chuva de pré-estação. Tivemos registros de chuvas isoladas em algumas localidades, mas coisa muito pouca. Só um sereno. Mas na sede do município ainda não choveu”, comentou Hélio Gomes, secretário do Desenvolvimento Agrário e Meio Ambiente de Quixelô.
A situação pode ser comprovada no campo facilmente. Na zona rural, o solo está seco, nenhuma área ainda foi preparada para o plantio por falta de chuva. “Ano passado não foi bom, mas podemos dizer que foi melhor que esse início de ano, porque já tinha nesse período alguma coisa verde no campo, uma terra molhada, mas até agora nada. Passou uma neblina aqui no dia 01 de janeiro. Se tiver dado cinco milímetros, foi muito. Chove em todo canto, nas outras cidades, mas aqui nada”, lamentou o agricultor José Eudo da Silva, morador do sítio Acampamento.
Prejuízo
Eudo já começou o ano no prejuízo, perdeu duas vacas leiteiras, mais uma está sem forças para se levantar. “Já tem uma semana que tá aí, caiu, não tem mais força pra ficar de pé. Já gastei dinheiro dando suplemento, soro, injeção de força e nada. É a fome, tá se segurando ainda na base da ração. É uma vaca nova, deu há pouco mais de um mês a segunda cria. Vamos esperar pra ver o que vai dá”, disse, afirmando que com a perda dos animais o prejuízo contabilizado é de mais de R$ 4 mil.
A situação é preocupante, segundo ainda Hélio Gomes, porque Quixelô é abastecido por poços, que ficam às margens do rio Jaguaribe. “Nossa situação tem sido difícil nos últimos anos para atender a demanda dos moradores da cidade e zona rural por conta da escassez hídrica”.
De acordo com dados da FUNCEME – Fundação Cearense de Meteorologia, não choveu ainda em Pacujá, na Região Norte, e em Quixelô. Já em Varjota, Umirim e Choró consta ‘Não Informado’, pode até ter chovido, mas não foi contabilizado oficialmente.
“Ano passado a gestão municipal perfurou mais de 60 poços profundos, além do abastecimento por carro-pipa, isso como alternativa por conta da seca. A nossa expectativa é que as chuvas cheguem para os agricultores começarem o plantio e nossos reservatórios voltarem a ter água, garantido assim nossa sobrevivência”, concluiu Hélio Gomes.
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