Rogério Gomes
Correspondente em Fortaleza
A decisão foi tomada pelo presidente Jair Bolsonaro. O período de Carnaval no Ceará terá os reforços das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança. As primeiras equipes da Força Nacional começaram a chegar em Fortaleza ainda na quinta-feira, 20. Os agentes se juntam à Polícia Civil que tem atuado no patrulhamento das ruas da Capital, enquanto duram os protestos de grupos de policiais e bombeiros militares.
O governador Camilo Santana tinha enviado ofício ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, solicitando uma operação de Garantia da Lei e da Ordem, a GLO. A ação autoriza o uso imediato das Forças Armadas para atuar nas funções de segurança pública. “Houve invasão de quartéis, tomada de viaturas e policiais mascarados furando pneus de carros estacionados nos pátios de Batalhão da PM”, argumentou o governador do Ceará.
As negociações com o Ministério da Defesa já estavam em andamento desde o meio de semana e ganharam mais celeridade com os tiros que atingiram o senador licenciado Cid Gomes, no confronto com policiais amotinados no quartel da PM na cidade de Sobral.
As festas oficiais do Carnaval 2020 iniciaram nesta sexta-feira, 21. A preocupação maior é com a questão da segurança, não só em Fortaleza, como no interior do Estado, onde estão programadas festas. Com a paralisação de grupos de policiais e bombeiros militares, batalhões da PM estão ocupados por manifestantes amotinados e encapuzados, tanto em Fortaleza, como em municípios do interior.
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social diz que 300 agentes da Força Nacional e 212 da Polícia Federal vão reforçar o policiamento ostensivo e repressivo no Ceará pelos próximos 30 dias.
O Exército Brasileiro passa a atuar também no patrulhamento das ruas em apoio às forças de segurança estaduais, no período em que há um movimento de policiais militares no Estado.
Policiais e bombeiros militares envolvidos na paralisação terão salários bloqueados e estão ameaçados de demissão. Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social garante que mais de 300 Inquéritos Policiais Militares (IPMs) já foram instaurados e processos disciplinares estão em execução sobre o motim realizado por policiais militares no Ceará. “Todos eles estão ameaçados de demissão por motim, revolta e insubordinação. Também já estão sendo retirados da folha de pagamento do Estado”, destacou o secretário da SSPDS, delegado André Costa.
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