Um pacote de massa de pastel e 25 salgados foram furtados de um supermercado em Iguatu, e o caso foi parar na delegacia após flagrante. O fato ganhou as manchetes de jornais e portais de notícias pelo ato da Polícia Civil após saber o motivo alegado pelo acusado; o de mantar a fome de sua família composta uma criança de 1 ano e esposa.
Além de liberar o homem, servidores da Delegacia Regional de Polícia Civil de Iguatu o ajudaram com a doação de uma cesta básica. “Após ser levado para a delegacia da cidade, verificamos que o suspeito estava desempregado e passava por dificuldades financeiras”, contou Glauber Ferreira, delegado plantonista no momento em que o caso chegou à DP.
Os policias foram à casa do acusado. Os agentes viram que a família não tinha o que comer. “Nós avaliamos, fomos até a residência e verificamos realmente a situação difícil. Ele tem um filho com um ano de idade, é casado. Lá só tinha água para beber. Os policiais se compadeceram com aquela situação. Fizemos uma ‘vaquinha’ e conseguimos comprar uma cesta básica para esse jovem”, contou Glauber.
Insignificância
O princípio da significância não considera crime quando a conduta é praticada com base em quatro quesitos: mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade; inexpressividade da lesão jurídica provocada. Esse entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) fez o delegado liberar o homem da prisão. “Diante da situação, decidimos aplicar o princípio da insignificância e tentar ajudar este rapaz”.
Chance
Após ser liberado, o homem, que não teve a identidade revelada pela polícia, reconheceu o erro e afirmou que pegou os alimentos em um “ato de desespero”.
Além dos alimentos doados pelos policiais, o homem também recebeu ajuda de uma empresa da região do seguimento de combustíveis, pois ganhou oportunidade de emprego. “Devido à grande repercussão, ele se encontra empregado. Conseguiu um emprego e mais doações”, pontuou delegado.
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