Setores do varejo, e sindical se manifestam sobre efeitos do coronavírus no comércio de Iguatu

28/03/2020

Entrevista – Dedé DuquesaPresidente CDL

A Praça – Na sua opinião, como as medidas de isolamento social propostas pelo governo estadual afetam as vendas e os empregos?

Dedé Duquesa – Com empresas sem funcionar não há vendas, tem um impacto drástico na economia. E os empregos ficam vulneráveis dependente do tempo de fechamento das empresas, porque sem produzir não há com sustentação de empregos.

A Praça – Que estratégias são cogitadas para evitar prejuízos aos lojistas e a demissão de funcionários?

Dedé Duquesa – As estratégias estão sendo definidas entre as entidades representativas do comércio e governo do Estado. Logo seremos informados quais são.

A Praça – Mediante a crise instalada, o senhor acredita que existe possibilidade de desabastecimento de produtos alimentícios e de higiene?

Dedé Duquesa – Não, não acredito que isto possa ocorrer. A Ceasa, por exemplo, nosso principal centro de distribuição de frutas e verduras para o estado, está funcionando normalmente. Os estoques nos mercantis dos demais produtos, incluindo gêneros alimentícios, e de higiene, estão normais. Acho que esta possibilidade está descartada.

A Praça – Mediante o cenário econômico difícil que se estabelece com a crise do coronavírus, os lojistas cogitam dispensar multas e juros dos clientes que não conseguirem pagar suas prestações na data do vencimento durante a “quarentena”?

Dedé Duquesa – Esta é uma ação que compete a cada lojista e empresa, individualmente. Fica a critério de cada lojista decidir se fará isto ou não, mas creio que prevalecerá o bom-senso.

A Praça – O cenário atual é muito difícil para o varejo, no Estado, com o fechamento dos estabelecimentos comerciais, segundo o que foi determinado no decreto assinado pelo governador Camilo Santana. Na opinião do senhor, como liderança lojista, neste momento, é mais importante manter as vendas, os empregos ou a vida das pessoas?

Dedé Duquesa – Acima de tudo as vidas. Porém há vários fatores, fora o vírus, que podem ceifar vidas, um deles é a fome. Esperamos da parte do governo, que algumas atividades do comércio possam funcionar, sem correr riscos para a população. Medidas de prevenção, precaução e adaptação têm que ser feitas pelas empresas e consumidores para evitar a propagação do vírus e o comércio girar.

A Praça – Caso o governador Camilo Santana anuncie a prorrogação do decreto que determina o comércio fechado, o que as entidades representativas pretendem fazer?

Dedé Duquesa – O governador Camilo Santana declarou que deverá decidir até amanhã se manterá o prazo do atual decreto, ou se irá prorrogar. Estamos na expectativa. Até o momento o que nos compete é aguardar para juntos, todas as entidades representativas do comércio, se manifestarem, conforme seja a decisão do senhor governador em manter os estabelecimentos fechados.


Entrevista
Carlos Tadeu Rodrigues Rolim
Presidente do SINDILOJAS

A Praça – O senhor acredita que os lojistas dispensarão multas e juros dos clientes que não conseguirem pagar suas prestações na data do vencimento durante a “quarentena”?

Tadeu – Essa decisão cabe a cada lojista se vai ou não cobrar multa e juros de seus clientes, mais o bom senso seria não cobrar.

A Praça – Existe possibilidade de desabastecimento de produtos alimentícios e de higiene no comércio, senhor presidente?

Tadeu – Eu creio que não, pois as medidas tomadas pelo governador não afetam esse setor, e está liberada a entrada de caminhões de qualquer parte do país.

A Praça – Como a medida de isolamento social proposta pelo governo estadual afeta as vendas e os empregos?

Tadeu – Desde o dia em que foi tomada essa medida, as vendas despencaram nesses setores que estão proibidos de funcionar, consequentemente o desemprego ocorrerá, é inevitável.

A Praça – Que estratégias são cogitadas para evitar prejuízos aos lojistas e a demissão de funcionários?

Tadeu – Seria por parte do governo federal, estadual e municipal, tomar medidas que busquem a sustentação dessas empresas.

A Praça – Em relação às medidas adotadas pelo governador, neste momento, o senhor acredita que é mais importante manter as vendas, os empregos ou a vida das pessoas?

Tadeu – Temos que buscar um ponto de equilíbrio para as duas situações, uma coisa é certa: não podemos ficar de braços cruzados.

A Praça – Caso o governador Camilo Santana anuncie a prorrogação do decreto que determina o comércio fechado, o que as entidades representativas pretendem fazer?

Tadeu – As entidades já estão se reunindo para levar ao governador uma proposta para que o comércio não continue fechado, pois temos muitas pessoas que dependem das vendas do dia a dia para se alimentar. Temos exemplos como feirantes, vendedores ambulantes e outros. Essas pessoas não têm como se manter diante dessa situação.

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Entrevista – Francisco Francimar SilvaPresidente do Sindicato dos Comerciários

A Praça – Como tem se desdobrado a crise do coronavírus no âmbito do comércio, a partir do fechamento dos estabelecimentos, com o decreto do governador?

Francimar – Com o fechamento do comércio, claro que vai ter um impacto violento na economia e no bolso do empresário e também para o próprio empregado e a sociedade em si. Mas sabemos que a medida que o governador tomou foi dura, mas necessária para conter o avanço da epidemia.

A Praça – Você acredita que poderá haver demissões durante e pós-crise do coronavírus no setor comerciário?

Francimar – Sobre as demissões, espero que não. Mas nós sabemos que após a passagem da pandemia é mais crítica a situação. Esperamos que o governo federal invista na economia para que ela possa reagir.

A Praça- Quantos empregos, em média, os setores de comércio e serviços geram hoje em Iguatu?

Francimar – Temos uma grande recessão em nosso país nesses últimos anos. Sabemos do grande número de desempregados. Mas no Iguatu ainda temos em média 3.500 empregados no comércio e serviço.

A Praça – Na sua visão, quais segmentos do comércio são mais vulneráveis à crise? Alimentação, vestuário e calçados, perfumaria, automóveis, supermercados, farmácias, material de construção, móveis, eletro, eletrônicos?

Francimar – Numa crise dessa, nenhum seguimento escapa. Acho que todos são prejudicados. Sabemos que a economia do nosso município gira em torno do comércio e funciona como uma engrenagem. Ninguém fica de fora. Todos são prejudicados.

A Praça – Que medidas e ações o sindicato enxerga que devem acontecer para minimizar os efeitos da crise do coronavírus na vida dos trabalhadores do comércio?

Francimar – As medidas, cabe ao governador não permite a proliferação do vírus. Mantendo a quarentena. E as ações cabe ao governo federal fazer a economia girar que é uma preocupação, o que esse governo não sabe fazer. Dar garantia às empresas para não demitir seus funcionários até que haja uma reação do comércio e passe toda essa crise.

A Praça – Qual o posicionamento do sindicato em relação ao isolamento social, principalmente com o decreto do governador que determinou o fechamento dos estabelecimentos?

Francimar – Olha, o pensamento nosso é o mesmo do governador. Primeiro são as vidas dos trabalhadores, depois vêm os empregos e todos são sabedores que só tem diminuição na contaminação com o isolamento. Sabemos que o prejuízo financeiro é grande, mas mais importantes são as vidas das pessoas.

A Praça – Você defende a reabertura dos estabelecimentos com o fim do decreto governamental em 29/03? Se houver prorrogação?

Francimar – Cabe às autoridades sanitárias orientar se deve prorrogar ou não. Não só eles mas todo o mundo sabe o que aconteceu em Milão na Itália onde morreram mais de 5 mil pessoas por causa da interrupção da quarentena. Então, devemos ouvir as pessoas que realmente entendem da real situação que está acontecendo. Trabalhador sem saúde, a empresa não anda, ou empresário sem saúde, às vezes, até a empresa fecha.

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