“A ideia veio como um relâmpago e num instante a verdade foi revelada“.
Nikola Tesla
“Raios e Trovões”
Não, não estou falando da maior produção infantil já feita pela televisão brasileira, Castelo Rá-Tim-Bum, e sim, do fenômeno físico em si – vou até deixar registrado que minha mãe corre léguas com medo de trovões –, que, por sua vez, Ciência com Café traz curiosidades sobre os raios que sempre marcam presença em massa na Terra da Luz.
Já se perguntou o que é realmente um raio?
Se você olhar pela perspectiva da mitologia grega, os raios eram lanças produzidas pelos Ciclopes para que Zeus pudesse castigar a humanidade por suas falhas. Porém, com todo respeito aos gregos antigos, um raio é uma descarga elétrica que ocorre, principalmente, em dias de tempestade. O raio acontece quando há uma diferença de potencial entre as nuvens ou entre o solo e as nuvens, sendo capaz de ionizar o meio gasoso e romper a rigidez dielétrica do ar – que é considerada relativamente baixa, se comparada ao vidro e outros minerais – dando origem às descargas elétricas.
É possível aproveitar a energia elétrica proveniente dos raios?
Não. Pelo menos na prática: ainda não temos nenhum equipamento capaz de captar e armazenar a energia dos raios. Mas não fique decepcionado com a Ciência. Mesmo que fosse possível, provavelmente não valeria a pena. Isso porque nenhum equipamento conseguiria capturar toda a energia sem que houvesse perdas. Isso sem falar que a maioria das descargas elétricas sequer chega no solo – a maioria fica “escondidas” no meio das nuvens durante a tempestade –, e as restantes que “conectam” o céu e o solo são bem espalhadas pelo globo. Bem como, seriam precisos equipamentos com ação rápida de armazenamento de energia, haja vista que cada descarga que compõe um raio dura apenas frações de milésimos de segundos. Captar, transferir e armazenar toda a energia de um raio nesse tempo minúsculo é muito difícil para nossas tecnologias atuais. Sendo assim, como já sabemos que não é muito sábio esperar a energia cair do céu, é melhor investir na energia solar, que é viável, consideravelmente barata, a matéria-prima tem para dá e vender no Ceará, é renovável e bem menos assustadora.
Como funciona o para-raios?
O Brasil além de ser pentacampeão mundial de futebol, é também campeão mundial em incidência de raios no mundo, com cerca de 77.8 milhões por ano. Portanto, é preciso se proteger! Dessa maneira, a engenharia faz uso da invenção de Benjamin Franklin, o para-raios, que são hastes metálicas pontiagudas feitas de cobre, alumínio ou aço, que ficam conectadas a terra através de cabos condutores. Essas hastes são colocadas nos mais variados tipos de edifícios (no seu ponto mais alto), criando um caminho para a passagem da descarga elétrica, ou seja, para a passagem do raio. Por ser metálico, a sua presença aumenta a possibilidade da ocorrência dos raios (devido ao poder das pontas), assim sendo, dependendo da localização de instalação do para-raios (altura + posição geográfica), faz com que seja um alvo “atrativo” para o raio encontrar durante uma descarga. O objetivo do para-raios, entretanto, folhetinescamente não é o de atrair os raios para si, mas o de oferecer um caminho pelo qual eles possam atravessar, de modo a produzir a menor quantidade de danos possível.
Iguatuense, formação em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica pela UFCG e Yonsei University, Coreia do Sul – Engenheiro Eletrônico da Freehand Engineering, EUA
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