O vendedor ambulante Luiz Miguel, que trabalha no Centro comercial de Iguatu há mais de dez anos vendendo vários tipos de mercadorias, voltou a montar esta semana uma banquinha na Rua Floriano Peixoto. Só que desta vez está vendendo máscaras de tecido. Ele teve que se mudar de produto por causa da pandemia da Covid-19. “Tive que me adaptar. Temos que ir de acordo com a nossa realidade”, comentou.
Em média, quando o movimento de pessoas no centro está maior, Miguel chega a vender até 40 máscaras por manhã. O produto de proteção individual feito em tecido reutilizável é vendido por R$ 5,00. Renda que tem ajudado nesse momento difícil. “Antes, a gente passava o dia todo aqui no centro, tinha movimento pela manhã e tarde. Agora não, normalmente só pela manhã, 10h, praticamente não tem mais ninguém na Caixa. Só uns ‘gatos pingados’. No início do mês, a gente vende mais. Mas o que espero é que comércio volte a abrir logo e essa doença passe”, mostrou-se confiante.
Além de Miguel encontramos também outras pessoas vendendo algum produto na fila da Caixa. A comercialização informal tem ajudado quem ficou sem renda. O centro que era bastante movimentado praticamente está vazio, lojas fechadas, a maior presença de pessoas é nas filas dos bancos. Aí o garçom Juarez Balbino aproveita para vender água e coco. Cada uma é comercializada a R$ 2,00. “Eu trabalhava em festas, eventos, nos bares, restaurantes. Mas não tem sido fácil. Aqui no banco, a gente consegue vender alguma coisa todo dia, nem que seja pouquinho, mas vende. Já ajuda”, comemorou Juarez.
Mas até mesmo para os vendedores informações não tem sido fácil. As vendas caíram mais de 70%. Valdemir Gomes, que tem um carrinho de churros, disse que vendia em média 100 churros por manhã no centro. “Trouxe 30 churros pra vender. Numa manhã todinha, vendi seis”.
Vigilância Sanitária
Diante do aumento do número de vendedores no centro da cidade nesse período em que a recomendação é ficar em casa, e que a comercialização deve ser apenas de produtos essenciais, a Vigilância Sanitária de Iguatu disse que tem aumentado a fiscalização e orientação sobre os tipos de produtos que podem ser comercializados. De acordo com o coordenador do órgão, Samuel Bezerra, os vendedores devem redobrar os cuidados com a higienização pessoal deles e dos consumidores, principalmente quando manusear os produtos e dinheiro. “As cédulas podem ser agentes de transmissão, porque o dinheiro circula muito. Além disso, é necessário que seja usado álcool em gel antes e depois da negociação. Os vendedores devem conter esse produto e ofertar para que as pessoas usem também”, esclareceu.
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