Francisco José Mota Luciano – Dedé Duquesa Presidente CDL-Iguatu

11/07/2020

Nesta edição do A Praça, o leitor acompanha entrevista com o presidente da CDL de Iguatu, Francisco José Mota Luciano, ‘Dedé Duquesa’. O presidente traça leitura do atual momento do varejo, as difíceis fases vividas pelo comércio mediante a Pandemia, com o fechamento das lojas, a luta das entidades representativas, as negociações junto ao poder público, para a retomada das atividades e as expectativas para a recuperação.

A Praça – Senhor presidente, Iguatu voltou para a fase de transição, na escala de retomada da economia, em meio à pandemia, de acordo com os protocolos e decretos do Estado e Município. Isso já era previsível, ou as entidades do comércio se mobilizaram para conseguir voltar para esta fase que estava em vigor, antes do ‘lockdown’?

Dedé Duquesa – Não havia previsão. Estava dependendo de como se comportariam os números de contaminados.            E diante dessa incerteza, antevemos e fizemos duas reuniões com o poder público municipal, e mostramos nossa incapacidade de manter as lojas fechadas, após algumas atividades comerciais estarem com suas portas fechadas há mais de 100 dias. Naquela ocasião, fomos enfáticos e categóricos, que havíamos chegado ao limite. Felizmente nossas reivindicações foram atendidas em parte, retornando a abertura na fase de transição.

A Praça – O senhor considera o ‘lockdown’ o momento mais difícil para o varejo local, levando em conta todos os percalços da pandemia?

Dedé Duquesa – Considero, sim. Veja que ficamos sem o funcionamento dos serviços essenciais. E tudo aquilo causou sérios transtornos socioeconômicos à população, principalmente ao comércio que já vinha sofrendo com suas portas fechadas, conforme frisei anteriormente, há mais de 100 dias.

A Praça – A CDL esteve tentando dialogar o tempo com o poder público a melhor saída para minimizar os efeitos da crise sobre o comércio? Como isso ocorreu?

Dedé Duquesa – Ocorreu de maneira proativa. Queríamos ser mais ouvidos como entidades representativa do comércio, o mais prejudicado nessa Pandemia. Participamos de algumas reuniões, ouvimos e apresentamos sugestões, algumas aceitas, outras, não. Porém, fizemos nossa parte, sempre de maneira coerente.

A Praça – Como nós estamos em termos de contaminação, segundo os dados que o senhor acompanha diariamente pelo setor de saúde? Os números são animadores em relação à estabilidade da velocidade de transmissão do vírus?

Dedé Duquesa – Os dados são variáveis. O mais importante é que todos os lojistas que retomaram suas atividades, cumpram rigorosamente os protocolos de segurança e a população também fazendo sua parte para evitarmos a proliferação do vírus e posteriormente termos um resultado positivo.

A Praça – A fase de transição ainda mantém o comércio funcionando com muitas restrições. Qual sua expectativa para que o município possa avançar para a fase 01?

Dedé Duquesa – Nossas expectativas é que nos próximos dias avancemos para a fase-01. Volto a frisar que tudo depende de todos cumprirem o seu papel diante da pandemia.

A Praça – A crise pandêmica, as altas e baixas do comércio, o fechamento de lojas e as batalhas para abrir as essenciais foram momentos que marcaram essa crise também. Isso fortaleceu o trabalho das entidades do comércio?

Dedé Duquesa – Creio que sim. Está sendo muito difícil para as entidades representativas do comércio, CDL, SINDILOJAS e ACIAGI, nesse momento em que estamos com a economia em declínio. É uma responsabilidade muito grande. Porém, estão se sobressaindo, e com ajuda e compreensão de nossos associados e diretores, com certeza sairemos fortalecidos.

A Praça – Através de Medida Provisória, o Governo Federal oficializou os programas de financiamento pelos bancos, para atender, principalmente as pequenas empresas afetadas pela crise. Esses financiamentos estão chegando para os empresários de Iguatu?

Dedé Duquesa – Muito pouco, mas começaram a chegar. Estamos em contato com alguns gerentes de agências bancárias, para priorizar os empresários do nosso município. No Banco do Brasil, foram liberados R$ 3 bilhões e 700 milhões, para as micro e pequenas empresas, mas esse dinheiro, essa dotação já acabou. Então, estamos aguardando que retorne mais recursos para a gente priorizar nossos empresários, que estão sofrendo muito com a necessidade de crédito.

A Praça – O Ministro da Economia, Paulo Guedes, postou um comentário em rede social defendendo o fim do imposto que incide sobre a folha de pagamento. O senhor acredita que isso ajudaria as empresas? Na sua concepção, vai ser possível mobilizar a sociedade para pressionar o Congresso a mudar a legislação atual que rege isso?

Dedé Duquesa – Temos uma das mais altas cargas tributárias do Mundo. E toda mudança que venha favorecer a geração de empregos será bem-vinda. Creio que o Congresso hoje já está mais consciente que é preciso mudar a legislação atual, porque a nossa carga tributária é muito cruel com o contribuinte em geral.

A Praça – O senhor acredita que ainda será possível recuperação do comércio neste 2º semestre, pós-crise pandêmica, ou isso só deve ocorrer em 2021?

Dedé Duquesa – Acreditamos numa boa parte da recuperação ainda neste ano. Todavia creiamos que tudo se normalizará gradativamente, a partir do próximo ano. Que Deus nos proteja e nossa economia reaja.

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