A terça-feira, 02, Dia de Finados, foi de muito saudosismo para famílias que já perderam seus entes queridos e hoje vivem a dor da saudade. Foi assim para o memorialista e jornalista iguatuense Wilson Holanda Lima Verde. Ele esteve em visita ao túmulo da esposa Maria Amália Maia Lima Verde, falecida em abril deste ano, vítima da Covid-19. O jornalista de 87 anos protagonizou uma das imagens mais comoventes para a data de finados, ao contemplar a foto da esposa, emoldurada na parede externa da capela. Chorou em silêncio. Expressou para si mesmo sua dor e saudade, pela perda recente da companheira com quem conviveu durante 51 anos.
Foi a primeira vez que Wilson Lima Verde voltou a Iguatu, após o sepultamento de Amália, já que naquela data o jornalista não pôde vir porque também estava acometido de Covid-19, felizmente com sintomas leves. Por medidas de precaução, a família preferiu que ele ficasse em Fortaleza para se preservar.
Wilson Lima Verde visitou o túmulo de Amália, um mausoléu da família Maia, no cemitério de Senhora Santana, construído por Otávio Alencar Maia, nos anos 1930, onde já estão sepultados Maria de Alencar Maia, esposa de Otávio de Alencar Maia, (também sepultado no local), Volites de Alencar Maia, Maria Zuíla de Mendonça Maia, Meton de Alencar Maia, Zuílton de Mendonça Maia, Maria Amália Maia Lima Verde.
Restauração
A capela, que guarda traços arquitetônicos da época da construção, estava deteriorada e desgastada por causa da ação do tempo, mas foi totalmente restaurada, numa reforma coordenada pelo arquiteto Wilson Maia Lima Verde, um dos filhos de Wilson e Amália, com a colaboração da irmã Zuíla Lima Verde, da prima Leila Maia e do neto Leonardo e uma eficiente equipe de operários.
O arquiteto Wilson Maia explicou em detalhes a restauração da capela, com a reconstituição de algumas peças que adornam os cumes e as torres do frontão, recomposição do reboco onde as paredes ruíram, pintura e manutenção da porta principal e janelas, uma obra minuciosa e cercada de detalhes, visando preservar a arquitetura original do mausoléu, um patrimônio das famílias Maia, Holanda e Lima Verde.
Na recuperação, Wilson Maia explicou como trabalhou com a equipe para preservar uma das peças mais valiosas do local, o piso, construído e revestido por uma cerâmica especial da época, com um mosaico original que lembra um tabuleiro de xadrez, todo em preto e branco. Foi idealizado pelo coronel Otávio de Alencar Maia, em alusão à Maçonaria. Cel. Otávio de Alencar era maçom. Ele alcançou o grau 33, o mais alto grau da ordem. A paginação do piso naquele formato remete aos fundamentos maçônicos. Representa, na visão de Otávio Alencar, as dualidades da existência humana: a luta do bem contra o mal, o vencer a ignorância através do conhecimento, o triunfo da verdade sobre a mentira, a luz e as trevas, a vida e a morte, o espírito e a matéria, a pobreza e a riqueza, bem como a diversidade dos povos e culturas que existem. Otávio Alencar Maia foi um dos fundadores da Loja Maçônica Redentora Iguatuense.
Dor e saudade
Wilson Holanda Lima Verde aos 87 anos ainda convive no dia a dia com a dor da saudade da esposa, companheira de 51 anos de vida. “Não há um só dia, que eu não me lembre dela. Sua partida se transformou em dias de ausência e saudade”, lembrou.
Maria Amália terá um capítulo especial só para ela no livro ‘Pelos novos caminhos da História 2’, de Wilson Lima Verde, obra literária sobre Iguatu e seus fatos históricos. Atualmente, o livro está em fase de compilação, ainda sem data definida para conclusão e lançamento.
Também por ocasião da ida ao cemitério, o memorialista Wilson Lima Verde visitou o túmulo do major Deoclécio Lima Verde, onde estão os restos mortais de seus pais e irmãos: Leonardo Maia Lima Verde (pai), Airton Holanda Lima Verde (irmão), Francisco Holanda Maia (irmão), José Holanda Lima Verde (irmão), Maria Volite Holanda Maia (mãe), Maria Maia Holanda Lima Verde (irmã).
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