A ideia de que o comércio de uma cidade deve se concentrar no seu centro urbano é, sem nenhuma dúvida, um pensamento ultrapassado, arcaico e sem nenhum sentido nos dias atuais. Assim, o fenômeno de expansão urbana que vem se realizando nos últimos anos, tem trazido uma nova forma de desenvolvimento comercial, qual seja a expansão para os bairros que margeiam as cidades sejam elas de pequeno, médio e grande porte. As dificuldades de deslocamento, o tempo restrito das pessoas e o aumento considerável da população urbana, em especial nos novos bairros das cidades, tem criado o “comércio local”, onde as empresas pesquisam junto aos moradores os produtos e serviços mais procurados, e possibilitam que estes sejam disponibilizados em seus próprios bairros.
Para que esse fenômeno ocorra, é indispensável que o desenvolvimento urbano acompanhe o progresso social, as suas demandas e em especial o acesso aos bairros com facilidade. Na cidade de Iguatu, atualmente, temos um crescimento acelerado do desenvolvimento urbano, que tem sido resultado em especial da criação de loteamentos transformados em bairros, como podemos citar Ramiro Rolim, Areias e suas etapas, Terra Bela, Nova Cajazeiras, Altiplano I e II, Premier entre outros.
Como referência para a nosso assunto dessa semana, visitei e analisei o bairro Altiplano por ser atualmente o que possui maior área, casas construídas e encontra-se no momento ainda em grande expansão. Nota-se no referido bairro a presença de diversas atividades comerciais, que atendem à demanda dos seus moradores como é o caso de 02 farmácias, 03 padarias, 02 postos de combustível, 03 academias, pizzarias, bares, lojas de roupas, restaurantes, funerária, diversos equipamentos públicos, sede da AABB, entre outras atividades. Podemos dizer que aquele bairro encontra-se quase que independente do centro da cidade, uma vez que ainda não possui agências bancárias e alguns comércios necessário à satisfação pessoal diversas. Na visita constatei que em algumas áreas é um verdadeiro desafio transitar, situação que podemos exemplificar como chegar a uma academia situada no final do bairro, que em razão da falta de manutenção das ruas, chegar até ela já é um grande exercício físico para quem vai a pé, ou um desafio mecânico para os carros e motos que já não conseguem se deslocar com tanto buraco, lama, entre outros problemas estruturais. Nesse sentido, é importante que esse avanço comercial no bairro seja acompanhado de serviços público de qualidade como limpeza pública, fácil acesso, segurança, entre outros indispensáveis ao bom desenvolvimento e àqueles que possuem interesse em investir comercialmente naquela área.
O que trago aqui é a necessidade de repensarmos o desenvolvimento urbano, como máquina motora do desenvolvimento comercial e social, necessários para o crescimento da economia e, sobretudo, da qualidade de vida de cada um que por esses novos bairros habitam. As empresas jamais se estabelecerão ou sobreviverão em locais onde o acesso é difícil, ou falta infraestrutura pública de qualidade. É preciso possibilitar que as pessoas possam empreender sem necessariamente estarem no centro comercial, onde é sabido por todos que os valores de aluguéis estão a cada dia maiores e mais difíceis de serem suportados, restando a economia de bairros e a aposta em um comércio local, como já pode ser visto a exemplo de supermercados, farmácias, pizzarias e academias.
Por fim, o que queremos é que possamos acreditar que é possível trazer grandes empresas para os bairros, como consequência de uma expansão urbana planejada e de qualidade, refletindo e discutindo quais caminhos queremos e precisamos seguir, para que possamos desta forma ampliar as atividades comerciais nesses locais, de forma a garantir comodidade aos moradores, geração de emprego e renda, além de criar condições para que os bairros possam receber a cada dia mais empresas e investimentos comerciais.
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