A força e vitalidade de dona Terezinha, 92 anos

28/01/2023

Aos 92 anos e após ter sofrido uma queda em casa, com quebradura de fêmur, e um acidente de atropelamento por um carro, quando se deslocava de moto-táxi indo para casa, dona Terezinha não é apenas uma idosa que coleciona ocorrências, mas também uma mulher de força e vitalidade. Seu desejo de estar sempre caminhando, participando de atividades e interagindo com o mundo externo é seu principal combustível.

Encontrá-la pelas ruas da cidade caminhando com o auxílio de sua bengala ‘quadripé’ já virou cena corriqueira. Se alguém parar num carro e oferecer carona, ela vai agradecer, mas prefere seguir caminhando. É um sinal de sua vontade de estar sempre ativa, em movimento. Dona Terezinha mora na Rua Cel. José Adolfo, no bairro Santo Antônio. Diariamente, se desloca para a igreja do bairro Prado, para rezar, ou para a Sé Catedral de Senhora Santana. Vez por outra é vista também na igreja de São José, na 13 de maio. Nas quintas-feiras à tarde, ela está no encontro dos idosos promovido pela Associação Santa Edwirgens, no Cocobó, mas também vai ao Forró dos Idosos no CRI. Adora dançar, encontrar os amigos, conversar e compartilhar as pequenas coisas que a vida lhe dá generosamente. É tão fissurada por festa que já se prepara para ir ao Carnaval dos Idosos que vai acontecer no CRI. “A gente tem é que viver, enquanto a gente puder e a vida permitir. Depois o que vier a gente não vai lamentar nada”, frisou.

Autoestima, motivação e entusiasmo

Terezinha Ricarte de Oliveira, apesar de seus 92, é uma iguatuense que impressiona pela saúde que tem e a boa condição física, audição, visão, velocidade de raciocínio. Não tem nenhuma doença crônica, nem diabetes, pressão alta ou quaisquer outras comorbidades. Sua autoestima, motivação e entusiasmo pelas coisas boas, são fatores positivos para manter acesa.

Mãe de seis filhos, a senhora Terezinha já estava separada do marido há 26 anos quando ele faleceu. A convivência com o marido (in memoriam) é uma página de sua vida de que não gosta muito de lembrar. Os rebentos, em parte, vivem perto dela. O filho caçula, Neto, é que dá mais assistência, visita a casa dela todo dia, vai pedir a bênção e saber se ela está precisando de algo. Os outros moram no Altiplano, Cajueiro, Barreiras, mas sempre estão por perto também.

Nem mesmo a trajetória de mais de 40 anos trabalhando como lavadeira e passadeira’ de roupas, para sustentar os filhos e a casa, não tirou dela a vontade de viver, muitas vezes tendo o mínimo. Trabalhava dia e noite, lavando as roupas durante o dia nas margens do rio Jaguaribe e à noite engomando com ferro à brasa. “Eu era uma engomadeira que me orgulhava do meu trabalho, dava gosto de ver uma pessoa usando uma roupa engomada por mim, com ferro à brasa”, contou.

Há seis anos, num belo dia quando voltava para casa de moto-táxi, um carro atropelou-a, o moto-taxista e a moto. Teve problemas na bacia, com fratura de ossos e precisou ficar três meses hospitalizada em Barbalha. Foi mais um aprendizado para quem cuidou dela. O médico que a atendeu lhe disse: “A senhora não vai mais poder andar”, mas ficou surpreso quando soube que ela já estava caminhando, tempos após deixar o hospital. Há seis anos, sofreu muito, após cair dentro de casa e quebrar o fêmur. Mas sua força é tão grande que antes do prazo estipulado pelos profissionais da saúde, já estava na rua demonstrando como é que vive, que gosta e sabe viver.

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