Faleceu na madrugada da quinta, 28, em Fortaleza, o músico-instrumentista, Luizinho Duarte, aos 68 anos. E a música instrumental dá seu último adeus ao gênio das baquetas, criador do projeto musical, Marimbanda em 1999, grupo instrumental formado por um quarteto, de grande referência no Ceará, tendo sido destaque em turnê pela Europa no ano de 2009. Encerrou a turnê no Altitude Jazz, na França, único grupo brasileiro naquele evento.
O corpo do músico foi velado no teatro Joé de Alencar. Amigos, admiradores e fãs lamentaram a morte prematura do artista. A família não informou as causas da morte.
Baterista, violonista, professor, compositor e arranjador de grande experiência no cenário brasileiro, Luizinho Duarte trabalhou com artistas como Fagner, Zeca Baleiro, Maria Bethânia, Elza Soares, Leila Pinheiro, Tim Maia, Carlos Malta, Ricardo Herz, Alexandre Ribeiro, entre outros tantos cearenses como Heriberto Porto, Thiago Almeida, Adelson Viana, Adriano Giffoni, Ítalo Almeida, Carlinhos Ferreira e Cristiano Pinho. Dirigiu e participou dos grupos Só com Z Trio, Metalira Big Band e Gargalhada Choro Banda. Também foi maestro no Projeto da Orquestra de Barro de Cascavel (Uirapuru).
A secretaria da Cultura do Governo do Estado divulgou nota de pesar para a família e os amigos, lamentando a partida do músico, multi-instrumentista, compositor, maestro e arranjador, que também tinha ligações familiares com Iguatu, uma vez que o pai dele era iguatuense, da família Duarte.
Em 2006, numa de suas passagens por Iguatu, Luizinho Duarte deixou um registro memorável, quando concedeu entrevista para o jornal A Praça. Era um mestre de uma genialidade incrível, uma sensibilidade a perder de vista.
Tinha um rosto ‘sizudo’, fechado, passava a impressão de ser um cara fechado, mas no fundo tinha um grande senso de humor. Era brincalhão e amava a música, como amava brincar, sorrir e fazer amizades.
Luizinho Duarte soube viver e sentir a arte. Uma de suas mais relevantes atividades na música era fazer descobertas e transmitir conhecimentos. No comando da bateria ou violão, era comum vê-lo fechar os olhos. Era seu jeito de apreciar o que mais amava fazer: tocar um instrumento. Ele queria sempre deixar um pedacinho por onde passava. Ensinar sua arte a quem quisesse aprender.
Renomado compositor, Luizinho Duarte tinha grande facilidade em criar melodias e explorar uma variedade de ritmos. Deixa um legado rico de composições próprias junto aos parceiros da Marimbanda.
O músico Luizinho Duarte também formou uma geração de músicos cearenses. Espalhou todo seu carinho e ensinamentos musicais em grandes festivais como o Festival da Música da Ibiapaba, evento estruturante de formação artística realizado pela secretaria de Cultura, do Governo do Estado.
No ano de 2020, Luizinho Duarte foi agraciado com o prêmio, ‘Fomento Cultura e Arte do Ceará’, concedido a ele e outros artistas pela Secult Ceará, por meio da Lei Aldir Blanc, em reconhecimento por sua trajetória artística. Em 2003, foi reconhecido com o título de ‘Notório Saber’ como instrumentista pelo curso de Música da Universidade Estadual do Ceará. Também foi convidado a ministrar oficinas de Prática de Conjunto e Bateria.
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