A data da cerimônia de entrega das premiações ainda será programada. Mas, a expectativa da estudante Samua Holanda, 17, aluna do 3º ano do ensino médio é grande. Ela conquistou o terceiro lugar na categoria adolescente (15 a 17 anos) do I Concurso Nacional de Redação, promovido pela Escola Judiciária Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral com o tema: ‘Meu voto, a democracia, o futuro do Brasil’, gênero expositivo-argumentativo. “Apesar de ainda não ter uma data, eu com certeza irei!”, contou Samua, demonstrando alegria e surpresa de ter conseguido o terceiro lugar geral neste concurso, dentro de sua categoria. As outras duas dissertações vencedoras foram escritas por Geovana Rodrigues Almeida, de Posse (GO), que ficou com primeiro lugar, e Brenda Basso, de Guabiju (RS), segunda colocação. O concurso também teve a categoria para pessoas acima de 60 anos, com o gênero relato pessoal.
Samua Holanda é de Acopiara. Estuda na escola Modelo, em Iguatu, desde 2020. Entrou no 1° ano do ensino médio. Ela ficou sabendo do concurso durante uma aula de redação na escola. “Fiquei sabendo por conta do professor José Roberto. Tive aula de redação e literatura com ele, e em uma dessas aulas, ele nos explicou um pouco mais e propôs que participássemos do concurso. Participar foi algo novo. Nunca fui de acreditar que eu tinha a capacidade de escrever, que pudesse realmente agradar, então, na hora de escrever, admito que não estava levando muito a sério a possibilidade de passar ao menos para a segunda fase. O tema foi ótimo e teve relação com o que estava para acontecer: a minha primeira vez votando”, ressaltou a jovem, afirmando que gostou do tema proposto para a categoria jovem: ‘Meu voto, a democracia, o futuro do Brasil’. “Fiquei muito feliz em poder falar sobre o que considero completamente importante e de que finalmente pude fazer parte. Foi um tema maravilhoso para uma certa reflexão”.
Impactante
Ainda sem acreditar com o bom desempenho, Samua disse que participar desse concurso serviu também para acreditar cada vez mais na sua capacidade de poder ir mais longe através dos estudos. “Eu, sinceramente, nem imaginava que pudesse ter esse resultado e admito que estou até agora sem acreditar. Foi impactante. Me fez repensar sobre as muitas vezes que me julguei incapaz”, disse, afirmando que ainda não sabe o que pretende cursar. “Apesar de já ter passado em alguns vestibulares, acho que ainda não ‘me encontrei’ de verdade, e sinto que preciso explorar um pouco mais quem sou e a minha capacidade. Mas o que tenho em mente é poder de algum modo fazer a diferença, aprender a ter voz e a elevar a voz daqueles que precisam ser escutados, tentar sair da minha zona de conforto e ir além. Descobrir o meu propósito”.
Em relação à rotina de estudos, disse que segue uma rotina normal, tanto dentro quanto fora da escola. “Acredito que não tenho uma rotina definida, estou quase sempre modificando. Em alguns momentos tenho um pico de foco imenso e acabo passando madrugadas em claro lendo conteúdos ditos obrigatórios, já em outros, apenas sento na cadeira e começo a pesquisar e estudar sobre a primeira coisa que me vier à mente”.
Assim como outros tantos estudantes, ela considera que a pandemia da Covid-19 atrapalhou o desenvolvimento dos estudos. “Sim, me afetou bastante, e foi um dos momentos em mais que estive sem foco. Basicamente sinto que perdi grande parte do meu ensino médio”.
Em relação à família, Samua tem uma irmã mais velha, Kamilla, “Não temos o costume de estarmos juntas, mas nas poucas vezes que estivemos e conversamos, ela sempre mostrou me apoiar em tudo. Sobre meus pais, ambos possuem educação básica, meu pai concluiu o terceiro ano do ensino médio, mas minha mãe não chegou a concluir. Eles me incentivam, mas também me cobram. Minha mãe é a que mais me incentiva e diz que tenho que ter mais confiança em mim. Já meu pai está sempre me dando motivos para estudar, me cobra bastante e em alguns momentos chega a ser cansativo, mas eu entendo que ele só quer o meu bem”, declara, agradecendo o apoio da família, que apesar de todas as dificuldades, vai encerrar mais um ano feliz. “Gostaria apenas de falar do fato de que 2022 tem sido um ano um pouco complicado e que receber esse resultado me deixou incrivelmente feliz. Foi uma notícia e tanto!”.
Inspiração e conquista
“Quando soube do concurso nacional de redação do TSE, pensei logo em motivar os alunos do 3° ano a participarem. Aproveitamos a aula de laboratório de redação, fizemos a discussão sobre o tema, o gênero textual e os alunos começaram a produzir. Não interferi nem corrigi os textos, pois valorizamos a originalidade e autoria dos estudantes, além de respeitar as regras do concurso. A conquista de Samua representa todos os alunos da escola Modelo que participaram do concurso. Ganhar prêmio em concurso nacional é um feito grandioso. O apoio da escola, dos pais e a dedicação e o esforço dos alunos são fundamentais para colher resultados como esse. Estou feliz demais pela conquista de Samua, que vai a Brasília receber a premiação. Espero que essa vitória incentive mais alunos a participarem de eventos como esse”, afirmou José Roberto Duarte, professor de Linguagens e Códigos da escola.
Para Elder Costa, professor e diretor da escola, o bom desempenho da Samua e de outros alunos da instituição serve de inspiração o quanto o estudo é importante para o desenvolvimento e crescimento pessoal para qualquer pessoa. “Tomamos conhecimento através do professor José Roberto, que disse que na etapa final alguns alunos nossos teriam se classificado, nesse concurso. A gente ficou esperando um bom resultado. Mas, como é um concurso a nível nacional e muito difícil, visto que os nossos alunos estavam competindo com todas as grandes escolas do país, foi uma honra receber o resultado. A gente parabeniza a aluna Samua Holanda e também o professor José Roberto, que ao longo desses 13 anos que trabalha aqui na escola vem sempre se superando na redação, matéria hoje tão cobrada nos vestibulares, principalmente no Enem, e tão decisiva. Isso é para mostrar que nós da escola participamos de todos os concursos. E esse por ser um concurso tão diferenciando, a escola se enche de orgulho em ter alunos desse nível. Só temos a parabenizar o professor, e principalmente de termos a honra de termos essa aluna Samua Holanda nas nossas carteiras na escola”, ressaltou, afirmando ainda que isso mostra a qualidade de ensino que tem escolas do interior do estado. “Ela é uma inspiração para todos não só da escola, mas para todos os alunos do Iguatu, da região. Saber que temos toda capacidade de estarmos concorrendo a nível nacional. Acabou aquela história de sair para os grandes centros para poder ter um desempenho de qualidade. Ela é uma inspiração, como outros tantos alunos que temos que participam de olimpíadas e temos excelentes resultados, várias e várias medalhas de ouro até batendo escolas de outros centros. Temos em quantidade e qualidade também a inspiração desses alunos. Basta querer, que dá para chegar lá! Mas, ela como foi o primeiro concurso a nível nacional, é um concurso novo, pra gente é um orgulho” finalizou Elder Costa.
Premiação
Os primeiros lugares em ambas as categorias receberão como prêmios o certificado de participação do concurso, um tablet e um passeio de um dia no Museu do Voto do TSE. Eles terão direito à diária e à passagem aérea, inclusive para um responsável pelo adolescente e para um acompanhante da pessoa com 60 anos ou mais, quando provenientes de fora do Distrito Federal.
O segundo e o terceiro lugares em cada categoria receberão também o certificado de participação do concurso e um passeio de um dia no Museu do Voto do TSE, nas mesmas condições dos que conquistaram as primeiras colocações.
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