A passagem da estrada de ferro, que hoje tem os trilhos enterrados e cobertos pelo mato, foi importante para o desenvolvimento do Distrito de Suassurana, em Iguatu. Pelos trilhos rodaram trens de cargas e passageiros, ligando o interior à capital do Estado, Fortaleza.
O prédio faz parte da história da comunidade, mas desde que os trens deixaram de rodar, o local parece que foi esquecido. Inaugurado em 1910, mesmo ano em que foi entregue a estação de Iguatu, o terminal ferroviário Engenheiro Barreto ainda preserva grande parte da estrutura física. Paredes altas, largas e compridas e portas de madeira. Mas o prédio está bem desgastado pela falta de manutenção com a ação do tempo. “Era para estar bem pior, mas há mais de dez anos passou por uma reforma feita por um próprio morador, Sr. Cigano, (Expedito José de Souza), que na época fez um empréstimo para reformar a estação, e por conta dele, com ajuda de outros moradores, fez uma reforma em todo o prédio”, lembra Rita Clares, moradora da comunidade e uma das fundadoras da Associação de Desenvolvimento Social, Cultural e Econômica – ADESCE.
ADESCE
E se depender da ADESCE, essa história pode ser continuidade com uma nova realidade. Há cerca de um ano, eles tentam conseguir a cessão do prédio, reformar e revitalizar o espaço. A intenção de tentar ‘adotar’ a estação tem como objetivo criar um Centro Cultural. “Nossa ideia é ofertar no local atividades artísticas, culturais, oficinas, exibição de filmes, entre outras ações até mesmo de cunho ambiental voltado para preservação do meio ambiente com a retirada de material reciclável que é descartado de maneira irregular na natureza. “A ADESCE inicialmente foi formada por nove membros. A partir da junção de cada ação social que os membros faziam de forma individual, um com a capoeira, outro com outra ação social, artística e ambiental, que nos unimos e criamos a ADESCE e estamos nessa luta em prol do desenvolvimento da nossa comunidade”, destaca Rita.
Lazer, cultura e diversão
A história do distrito de Suassurana, onde está o açude Dr. Carlos Roberto Costa, Trussu, é confundida com a instalação da estação. Moradores sabem da importância histórica do prédio e apoiam essa iniciativa. A professora Eliene Pereira ressalta que é necessário cuidar e preservar a história da antiga estação, que tanto contribuiu para o desenvolvimento da comunidade. “Não só via os trens chegarem e partirem, como também aqui a gente vendia água, outros produtos aqui na estação. Era bem movimentada. Só temos que parabenizar e apoiar essa iniciativa desse grupo, que tem se preocupado não só em reformar esse espaço, mas fazer daqui um espaço de lazer, cultura e diversão principalmente para nossas crianças e jovens”, ressalta a professora.
Prefeitura
A associação cultural busca meios para que esse projeto seja concretizado. Já foram buscadas as orientações jurídicas e técnicas. “Estamos aguardando somente uma conversa com o prefeito Ednaldo Lavor. A pandemia atrapalhou, mas já temos uma posição, que ele irá nos receber. Isso porque a cessão hoje do prédio é do município. No caso, o município teria que, digamos, devolver a cessão para o DNIT, e posteriormente o DNIT ceder a cessão para a ADESCE. É isso que esperamos que aconteça”, explica confiante Rita Clares.
“O nosso objetivo é contribuir com o desenvolvimento cultural e sustentável da nossa comunidade. Queremos resgatar e valorizar nossa história”, pondera Graciana Gomes, presidente da ADESCE.
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