Tudo é feito de forma artesanal, desde o preparo do molde, que vai receber a matéria prima o cimento, utilizando areia. O arame utilizado para a amarração dá mais resistência ao produto. Diariamente Ernesto Silva, agricultor da região do Distrito de José de Alencar, produz vasos ornamentais. O produto leva em média 24h para ficar pronto. “É o tempo que o cimento seca. Assim dá certo virar e tirar do molde sem problema nenhum”, contou Ernesto Silva.
A ideia de fazer os vasos surgiu por necessidade de ter renda para sustentar a família. Devido às dificuldades financeiras no campo, passou a confeccionar vasos ornamentais. “Inicialmente comecei a fazer os primeiros vasos utilizando telha de cerâmica. Uma vez eu estava deitado na rede e pedi a Deus uma luz, um meio de ganhar dinheiro já que a situação estava muito difícil. Foi aí que olhei para o telhado de casa e veio essa ideia. Comecei a fazer e os primeiros alguns amigos, vizinhos, compraram e me ajudaram muito. Eles gostaram e me ajudam com material, consegui e aperfeiçoando cada vez mais, foi quando passei a ver que os de cimento toda casa tem. Parti para fazer jarro de cimento. Aprendi a fazer, os primeiros saíram meio ‘atrapalhado’ um pouco, mas Deus colocou a mão sempre me ajudando, foi quando consegui chegar onde estou agora. Faço vários modelos e vou inventando mais e mais coisas. O artesão vai criando, nunca gosta de uma coisa só. Vai inventando. Passei a fazer também vasos reaproveitando pneus, fazendo poltronas, entre outras coisas que vão surgindo. O artesão é aquele que vê a peça antes dela feita. Isso é o que acontece comigo. O projeto fica na minha mente. Vou e faço”, pontuou.
Qualidade e dedicação
A preferência por confeccionar vasos de cimento foi de imediato também pelo lado financeiro. “É um material que seca rápido. A gente consegue moldar do formato que quiser, além de ser fácil a comercialização. Faço também por encomenda, atendendo aquele projeto que a pessoa quiser. O artesão é aquele que cria, não o que copia, não o enchedor de forma. Aqui faço tudo de forma manual. O desenho já começa do molde, quando você faz o modelo no arisco, ele vai ficar o formato por dentro. É um processo demorado. Eu já cheguei a fazer bem mais. Mas hoje faço sempre alguns para deixar de estoque e faço muito por encomendas. Quando saio para entregar uma encomenda, sempre levo mais porque sei que alguma pessoa compra. Eu faço com qualidade e dedicação”, declarou.
Ernesto se mostra satisfeito principalmente pelo reconhecimento das pessoas. “Eu sou grato porque as pessoas têm me ajudado comprando meu trabalho e valorizando também. Eu mostro para qualquer um como faço e garanto o meu trabalho. Os vasos que faço conheço porque todos deixo minha marca”. O agricultor viu na arte ocupar o tempo e conseguir renda extra, primando pela qualidade e zelo na confecção de cada peça.
As peças produzidas por Ernesto podem ser encontradas na Rua Casimiro Pereira, 239, bairro Brasília.
0 comentários