Através do Projeto Ouro Branco, de revitalização ao cultivo de algodão, a Secretaria do Desenvolvimento Agrário de Iguatu tem incentivado agricultores familiares a voltar a plantar o ‘ouro branco’.
No Sítio Aroeiras, no Distrito de José de Alencar, o agricultor Jeferson Araújo plantou uma área com cerca de 3 hectares. O agricultor se mostra satisfeito com o bom desenvolvimento das plantas e espera uma boa colheita das plumas. “Aqui na região do Alencar, eu e José Orlei, após 20 anos, estamos trazendo de volta o cultivo do algodão. Nesse tempo que passou o agricultor não via o algodão como produção. Estamos começando com três hectares e a perspectiva está boa. As plantas estão se desenvolvendo muito saudáveis. A expectativa é de um resultado melhor possível. Se tudo der certo, vamos aumentar a área e espero que mais agricultores consigam voltar a plantar algodão em nosso município”, declarou o agricultor, empolgado com o plantio.
A Secretaria de Desenvolvimento Agrário, através do Programa Ouro Branco, desenvolvido em parceria com a Embrapa Algodão, Universidade Federal do Cariri – UFCA, órgãos e entidades governamentais, presta assistência desde o preparo de terra e acompanhamento técnico especializado. “A gente tem uma experiência com essa semente BRS- 286. Uma semente de alta produtividade que pode chegar a 300 arrobas por hectare, nessa região. A perspectiva é que aqui varie de 250 a 300 arrobas. O proprietário está assistido e vendo que essa tentativa de colocar o algodão para plantar funciona. Esperamos que com o tempo mais agricultores despertem para cultivo do algodão novamente. O algodão tem um custo de produção de cerca de R$ 3.800,00 por hectare. É ainda uma das culturas mais caras, mas dá um bom retorno para o produtor”, ressaltou o técnico agrícola, Miguel Ribeiro, que assiste os produtores através do programa Ouro Branco.
Venda garantida e valorizada
O algodão, conhecido popularmente por ‘Ouro Branco’, já foi uma das principais culturas que movimentou a economia do Ceará. Na época dos anos 70, 80, o estado passou a ser o maior produtor de pluma do Brasil. “É o que a gente espera: ver nossos campos cheios de algodoeiro. Uma produção que é bastante viável, ainda mais agora com recursos e técnicas de produção. E o melhor de tudo com venda garantida e bem valorizada. Nosso compromisso enquanto gestor é trabalhar e incentivar os agricultores familiares. Além do preparo de terras, orientar todas as práticas necessárias para o desenvolvimento da cultura e também no final da colheita, até mesmo fazer a destruição dos restos culturais, como normatiza a lei”, explicou Venâncio Vieira, secretário do Desenvolvimento Agrário de Iguatu. “A tecnologia ajuda muito o trabalho no campo. Através desses incentivos, a gente espera que mais agricultores tenham interesse em voltar a produzir algodão em nosso município.
O algodão cultivado é do tipo herbáceo. A variedade plantada é do algodão branco BRS 286. De acordo com a Embrapa, a BRS 286 é uma cultivar altamente produtiva com média de produtividade de 4.874 kg/ha (325 @/ha) de algodão em caroço e 1.995 kg/ha (133 @/ha) de algodão em pluma, além de possuir rendimento de fibra acima de 40%. As colheitas ocorrem entre 140 e 160 dias após a emergência (DAE), com uso de desfolhante e maturador. As plantas apresentam porte de médio a baixo, atingindo entre 110 a 120cm de altura.
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