Alunos e professores reivindicam melhorias para a Escola Adauto Bezerra de Iguatu

18/10/2024

A precária situação estrutural da Escola Governador Adauto Bezerra de Iguatu, que faz parte da rede estadual de ensino e funciona em tempo integral há quatro anos, tem gerado crescente insatisfação entre alunos, professores e toda a comunidade escolar. Com 47 anos de existência, a instituição enfrenta sérios desafios relacionados à infraestrutura, comprometendo o ambiente de ensino e o bem-estar dos alunos.

Igor Alves, professor de Geografia da escola e presidente do conselho escolar, relatou as dificuldades enfrentadas diariamente. Segundo ele, o calor intenso nas salas de aula tem prejudicado o processo de ensino-aprendizagem, além de causar desconforto e, em alguns casos, problemas de saúde nos alunos. “A vida útil dos ventiladores acaba sendo de um mês. Fazem muito barulho. Estão instalados de maneira improvisada, outros são emprestados. Tem salas em que registramos temperaturas de 38ºC. Nos deparamos com estudantes passando mal devido às altas temperaturas, especialmente neste segundo semestre do ano”, afirmou o professor.

Das sete escolas de tempo integral da rede estadual de ensino, o Adauto Bezerra é o único que não oferece estrutura de ar-condicionado nas salas de aula. Em 2021, a instituição passou por uma reforma paliativa, mas que não atendeu às demandas reais da escola, deixando muitas áreas sem melhorias significativas.

Reivindicações

A principal reivindicação da comunidade escolar é a instalação de centrais de ar-condicionado nas 11 salas de aula. De acordo com a direção do colégio, foi informado que a escola deve receber três aparelhos de ar-condicionado usados, o que, segundo a avaliação de professores e estudantes, não será suficiente para atender a demanda de todas as salas.

A situação do colégio segue como preocupação também para alunos e pais, que aguardam respostas. “Precisamos ter garantia de melhores condições de ensino e aprendizado. O sentimento é de abandono e de esquecimento. Estudo aqui desde o primeiro ano e sempre sofremos com a falta de estrutura básica. A sensação é de frustração”, desabafou Joarley Anderson, aluno.

Além da questão da climatização, a comunidade também demanda a construção de refeitório, vestiários, auditório, centro de multimídia, laboratórios e conclusão do ginásio em obra há 15 anos. “Esses espaços são considerados essenciais para melhorar a qualidade de ensino e criar um ambiente mais adequado para as atividades escolares”, disse Igor.

Paralisação anunciada

Diante da insatisfação com a falta de respostas e a ausência de melhorias concretas, o conselho escolar deliberou por paralisação geral das atividades da escola por cinco dias, com início previsto para a próxima quarta-feira, 23 de outubro. Segundo o conselho, a paralisação é uma forma de pressionar o governo estadual e a Secretaria de Educação do Estado (SEDUC) a tomarem medidas urgentes para resolver os problemas estruturais da instituição.

Resposta

Em resposta à reportagem, a Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede-16) e a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) informaram que acompanham de perto e implementam ações voltadas à melhoria das escolas estaduais, incluindo a Escola Adauto Bezerra, em Iguatu.

A unidade recebeu mais de R$ 427 mil em reformas e adequações, além de um investimento de R$ 1,2 milhão para a construção do ginásio esportivo, previsto para inauguração em 2025. Em relação à climatização, a empresa inicialmente contratada para adequar a rede elétrica desistiu do projeto, mas a Crede já iniciou um novo processo licitatório. Enquanto isso, ventiladores foram instalados nas salas de aula.

A escola também conta com um refeitório reformado e novos móveis, vestiários, auditório, laboratórios equipados e um centro de multimeios modernizado, além de melhorias em áreas administrativas e banheiros.

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