Imprimir, cortar, dobrar, colar, envernizar. São horas de trabalho, que depois de pronto se transforma em arte. O que antes era um hobby, Adilson Lima passou a ver como uma fonte de renda. Atualmente é a principal maneira de ganhar dinheiro, e assim consegue viver.
Para o artista, é uma tarefa que exige paciência e dedicação. O paper craft (artesanato de papel) passou a se tornar mais conhecido a partir do trabalho que Jack, nome artístico de Adilson, passou a expor seu trabalho em praças e na frente das escolas. “Mas é as redes sociais que têm uma maior visibilidade. O mundo é bem maior. Estou passando a aproveitar mais a internet. Tô criando um canal no Youtube, e divulgo no Instagram. Muita gente ainda tem preconceitos, com esse tipo de arte, outros criticam, chamam de lixo. Antes isso me abalava, me deprimia. Mas, hoje não me atinge mais. Faço da crítica um incentivo para fazer cada vez melhor”, apontou o artista.
De certa forma é uma atividade nova, passou a ser mais conhecida com as séries japonesas, os animes. “Pape craft é conhecido por suas formas, a maioria são peças pequenas, personagens, os atuais funkos, mas tem artista que faz peça em tamanhos originais”, ressaltou. Adilson passou a trabalhar com a arte há cerca de seis anos. “Antes fazia para mim. Com a perda da renda que tinha de professor particular, passei a vender as peças. É difícil, mas é daqui que tiro meu sustento. Cada vez mais tenho me aperfeiçoado para oferecer o melhor para os clientes, a maioria são estudantes. Crianças que gostam desse tipo de arte, colecionadores”, complementou.
Papel também pode ser arte
Ainda segundo o artista, o objetivo é difundir a arte, a cultura que utiliza o papel. Depois de modeladas, as figuras ganham formato real. “O que me ajudou na pandemia foi esse trabalho. Passo horas e horas trabalhando. É uma terapia, moro só, mas cercado de companhias com esses personagens”. O preço varia de acordo com tamanho e trabalho de confecção de cada peça, vendido a preço popular. As peças estão longe de serem frágeis. Os papéis de boa gramatura ganham reforço com verniz. Para Aldison, o maior desafio é mostrar para as pessoas que papel também pode ser arte.
Para conhecer mais sobre o trabalho de Adilson basta acessar o perfil: hara_senpai, nome da loja virtual. “A arte de dobrar e criar objetos com papel é antiga igual à do origami. Só que o paper craft ou modelo de papel que conhecemos começou a aparecer durante a Segunda Guerra Mundial. Na Inglaterra, por volta de 1941, diversos modelos feitos em papel se popularizaram, principalmente navios e aviões. Infelizmente, a chegada do plástico fez com que o interesse em modelos feitos de papel caísse no esquecimento. Todavia, com a chegada da internet e impressora, a arte de criar modelos e personagens em papel se popularizou ainda mais”, finalizou.
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