O artista teve o trabalho contratado pela ESPI

A representação de um profissional da saúde usando máscara, protetor facial, luvas e macacão – equipamentos de proteção próprios de quem atende infectados pela covid-19 – e segurando o planeta nas mãos, atrai o olhar de quem passa pela Avenida Deoclécio Lima Verde, em Iguatu.

A homenagem é fruto de iniciativa conjunta das Secretaria da Saúde (SES) e Escola de Saúde Pública de Iguatu (ESPI) que abraçaram a ideia original do artista contratado para a intervenção. “A saúde não é meramente o tratamento das doenças, mas um bem-estar físico, psíquico, emocional e espiritual. A ideia de trazer o grafite para os muros foi em transformar o local em um ambiente acolhedor e de alegria, para a população de modo em geral e as pessoas que recorrem aqui para o treinamento, sintam-se bem”, disse Georgy Xavier, coordenador da ESPI.

O grafite no muro da ESPI, finalizado na quarta-feira, 12, foi a forma que Thiago Souza encontrou para cumprir dois objetivos: valorizar do Sistema Único de Saúde (SUS) e do trabalho que os profissionais da saúde desempenham durante a pandemia e conscientizar a população sobre os cuidados necessários para evitar a doença.

O artista se inspirou em outros painéis pintados mundo a fora, com artes de rua sobre a luta dos profissionais de saúde contra a pandemia. Ele espera que o trabalho lhe abra portas. “Fiquei supresso pelo poder público procurar, geralmente somos nós que buscamos essas oportunidades. Seria muito bom se mais equipamentos públicos buscassem nos artistas esse tipo de intervenção”, disse Thiago.

O grafiteiro expôs sua arte em 50 metros de parede em um trabalho que durou 15 dias. Por se tratar de uma estrutura irregular e não uma parede convencional, Thiago usou sua técnica para fazer o mapeamento das superfícies que ganhariam o novo colorido.

Reconhecimento

E o objetivo de chamar a atenção está sendo alcançado com sucesso. Mesmo antes de terminar a pintura do painel, quem passava por ali já parava para ver. A Avenida é um ponto conhecido da cidade, além de ter um alto fluxo de pessoas, por ficar na saída da cidade. “Enquanto trabalhava, as pessoas já começaram a passar, tirar fotos, perguntar o que era. A gente sempre quis chamar a atenção, é claro, mas não imaginava que a repercussão seria tão grande e positiva. Estou satisfeito com o resultado. Recebi relatos de pessoas que viram, gostaram, e até de profissionais da saúde agradecendo. Falar sobre eles é muito necessário”, afirma Thiago.

Reforma

A ESPI funciona há quase quatro anos na antiga Faculdade de Ciências e Letras de Iguatu (FECLI-UECE). O prédio de 1979 passou por ampla reforma nos últimos meses, porém a estrutura permanece inalterada. “O lugar é um patrimônio cultural e educacional da cidade e a reforma foi em melhorias estruturais. Um lugar que possui mais de 40 anos merece respeito para aquele que ajudaram a erguer e aqui estudaram e saíram profissionais.

ESPI

A unidade de Iguatu é uma das três do estado que oferta conhecimento técnico capacitando, treinando e formando agentes de linha de frente para o SUS. A ESPI oferta curso técnico em enfermagem e recebe as residências entre multiprofissional em saúde da família, saúde mental e coletiva, tendo dentro dos quadros 32 profissionais. Em convênio com residência médica tem seis psiquiatras e dois profissionais de obstetrícia e ginecologia no Hospital Regional de Iguatu (HRI) assim como quatro profissionais de enfermagem no mesmo setor em parceria com URCA.

É articulada para 2021 a ampliação da residência para o setor de pediatria. “São atividades correntes e a área da educação em saúde exige uma busca incessante na atualização e evolução, visando sempre uma melhor oferta de assistência”, afirmou Georgy.