Acontece hoje, sábado, 8, logo mais a partir das 15h, em Icó, a quinta edição do evento multicultural ‘Festival Tamarineiras’. As atividades têm foco na produção artística de mulheres do interior e da capital cearense realizadas pelo Coletivo Cultura no Largo.
O evento promete celebrar a diversidade artística, com uma programação que inclui: exposições fotográficas, dança, música, artes plásticas, teatro e poesia. Além das manifestações artísticas, o festival também contará com rodas de conversa e debates sobre militância feminista, proporcionando um espaço para reflexão e diálogo com o público presente. “O Festival Tamarineiras é uma oportunidade para valorizar a cultura local e promover a integração entre artistas e a comunidade”, comentou Alexia Duarte, produtora executiva e idealizadora do evento.
O projeto que acontece hoje, sábado, 8, e amanhã domingo, 9, é apoiado pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Cultura e Turismo e Prefeitura Municipal de Icó, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura – PNAB. “Um momento de celebração entre mulheres artistas de todo Ceará. Podemos encontrar acolhimento, partilha, conhecimento e respeito. Receberemos artistas de todo estado a fim de compartilhar seus saberes artísticos e reforçar essa rede de mulheres que carregam a essência da arte e da cultura”, pontuou Alexia Duarte.
Participação de Iguatu
Desde o começo do festival que artistas iguatuenses são convidadas a participar. A atriz Ana Raquel, performer e arte-educadora, mestranda em Artes Cênicas pela UNIRIO, trabalha também com a inclusão, acessibilidade e projetos que unem arte, educação e transformação social. Fala sobre a expectativa de ir mais uma vez ao festival. Dessa vez a performance será palhaçaria da ‘Dra. Paixão’. O número cômico acompanha a jornada da palhaça Paixão, que está determinada a desvendar os mistérios do amor. A performance brinca com os clichês do amor romântico, explorando sua liquidez, idealização e as intermináveis tentativas de compreendê-lo. “Como artista de Iguatu, faço parte dessa rica troca cultural desde a terceira edição do festival. O evento promove e fortalece os laços entre as cidades cearenses, ampliando a visibilidade das produções locais. É um espaço de resistência e protagonismo feminino, reunindo diversas expressões artísticas e representações de diferentes territórios do estado, com destaque para a presença das mulheres nas artes. Vejo que a programação do festival vai além das apresentações, incluindo fortalecendo o gênero e militância feminista, valorizando a cultura feita por nós mulheres”, ressaltou Ana Raquel.
O festival acontece na calçada do Casarão de dona Glória Dias e no Memorial das Tamarineiras, árvore que ainda resiste como símbolo do festival, reafirma o compromisso com a preservação do patrimônio cultural, enquanto a homenagem a dona Glória Dias destaca a força feminina celebrada pelo evento. “O festival se consolida como um movimento de empoderamento, descentralizando a arte e promovendo um intercâmbio cultural entre o interior e a capital”, pontuou Raquel.
Gingado da capoeira
A capoeira também vai estar presente na quinta edição do festival, Samara Carmo, professora de capoeira, de Iguatu, vai mostrar o gingado dessa arte para o público presente. “Para mim é de grande importância, de grande aprendizado, de grande vivência participar do quinto Marineiras na cidade de Icó. É um evento muito social e cultural que envolve artistas, artesãs, mulheres guerreiras, mulheres que trabalham no dia a dia, mulheres que estão representando a sua cultura, a sua identidade através desse evento. Para nós, mulheres capoeiristas da cidade de Iguatu, estar junto com as meninas na cidade de Icó, fazendo esse trabalho, é muito importante. Vai ser uma vivência muito especial. É a primeira vez que a gente vai participar e a gente espera contribuir o máximo possível pra levar a nossa arte da capoeira para as mulheres de Icó, para o público em geral que vai assistir. Essa é a nossa primeira vez e acredito que de muitas outras vezes que a gente possa fazer parte desse evento”, ressaltou Samara Carmo.
Sobre o evento
O Cultura no Largo é um coletivo de produção artística que iniciou suas atividades em 2015 na cidade de Icó, no interior cearense, município rico em histórias e lendas, conhecida por abrigar um dos maiores sítios arquitetônicos do Ceará, datado do século XVIII. O coletivo é hoje reconhecido como Ponto de Cultura, uma certificação que valoriza iniciativas culturais comunitárias. Um dos eventos promovidos pelo coletivo é o Festival Tamarineiras, cuja primeira edição ocorreu sob as frondosas tamarineiras localizadas em frente ao casarão de dona Glória Dias, uma figura histórica de Icó. Dona Glória ficou conhecida por suas disputas com o Barão do Crato, que ameaçou derrubar as árvores que hoje dão nome ao festival. A resistência de dona Glória e sua luta para preservar as tamarineiras tornaram-na um símbolo de força e determinação, sendo homenageada pelo evento.
O Festival Tamarineiras, portanto, não apenas celebra a cultura e a arte, mas também resgata e preserva a memória e as histórias locais, conectando o passado e o presente da cidade de Icó.
Serviço
5ª edição do Festival Tamarineiras
De 8 a 9 de março
Gratuito
Mais informações: @culturanolargo
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