Emoção, lágrimas, sorrisos de felicidade. Palavras que expressam os sentimentos e manifestos mais profundos do ser humano que afloraram durante dois dias, na quinta-feira, 19, e ontem, sexta-feira, 20, na Escola Modelo de Iguatu, num dos eventos mais expressivos do ano letivo daquela instituição: a Semana da Cultura, com o tema ‘As Histórias que não foram contadas II’.

A culminância da programação aconteceu no final da tarde desta sexta-feira, no pátio da escola. Um público seleto estava presente formado por homenageados e convidados. Francisco Célio de Lima (aposentado Correios), Lucinente Alves (jornalista), Francisco Bento de Souza (diretor da rede de lojas Zenir), Lilia Maria Pontes (ex-funcionária da Escola Modelo por mais de 25 anos), Francisco Cavalcante Rodrigues, Assis Couras (empresário), Francisco Joaquim Diassis, Assis Careca da carne assada (empresário), Murilo Barroso (poeta popular), Alex Santana (radialista), Major Rodrigo Rodrigues, dentre outros.

‘As Histórias que não foram contadas’ são um braço da Semana da Cultura em que estudantes e professores se debruçam em pesquisar e buscar informações e dados sobre pessoas, cidadãos comuns, anônimos para compor as exposições em sala, que geralmente duram dois dias (quinta e sexta). Neste período a escola recebe grande público para visitação. São homenageados, familiares e convidados. As salas ornamentadas para visitação foram montadas no térreo e primeiro piso. O envolvimento do corpo discente foi da Educação Infantil, Fundamental ao Ensino Médio.

“Em todas as ações executadas existe o cunho de aprendizado”, garante a coordenadora pedagógicas da Educação Infantil, Valéria Damasceno. Na visão da professora, à medida que há o envolvimento das crianças, há participação das famílias e neste viés a escola cumpre fielmente seu papel de educar. A participação mais autêntica das crianças é quando elas estão representando os homenageados, com suas características mais originais. A médica pediatra Heloísa Siebra ficou emocionada ao receber comenda. Na visita à sala onde uma criança a representava, ela viveu outro momento forte de emoção. O escritor e humorista Giovani de Oliveira pediu para falar e citou o poeta carioca Guilherme de Brito. “Sei que amanhã quando eu morrer / meus amigos vão dizer que eu tinha um bom coração / alguns até vão querer me homenagear / fazendo de ouro, um violão / mas depois que o tempo passar, ninguém vai se lembrar que eu fui embora / por isso é que eu digo assim, se alguém quiser fazer por mim, que faça agora”.

Neste ano de 2019 cerca de 54 pessoas foram homenageadas na programação da escola. Quatro desses homenageados não estão mais entre nós. Maria Nícia Macedo de Andrade (ex-professora da escola), José Wilton Dias da Silva ‘Pivete’ (empresário), Nailde Araújo (pediatra), Cristiana Vieira de Araújo. As exposições com as homenagens póstumas foram preparadas numa única sala.

O professor Elder Costa elevou a autoestima dos estudantes e dos homenageados. Ele lembrou que o gesto da escola em resgatar a memória dos que já se foram e homenagear os que estão em vida é algo que não tem valor econômico, mas sim de caráter social e de cidadania. “As histórias construídas por cada um de vocês jamais serão esquecidas, porque agora elas estão sendo registradas e apresentadas por essas crianças”, enfatizou.

Elder ressaltou que as escolhas para homenagear são feitas não pelo critério do status social da pessoa, pelo grau de intelectualidade ou situação econômica, mas sim pelo grau de importância que cada um exerce com suas habilidades no meio da comunidade.

O farmacêutico Durval Couras fez questão de levar a equipe do laboratório onde trabalha. O comerciante Onias Abreu, que já foi vereador pelo município e presidente da Câmara, levou a esposa, os dez filhos e os netos. Estava feliz e irradiante com a homenagem.