Francinildo Lima (Advogado e Corretor de Imóveis)
O poder de participação das mulheres no mercado imobiliário é algo que tem sido pauta de discussões e estudos nos vários setores imobiliários de nosso país. O aumento do número dessas profissionais que estão à frente de contratos e de negociações, tem sido visto por especialista como surpreendente a cada dia. Em um mercado que tradicionalmente era espaço exclusivo de homens, o cenário mudou radicalmente mostrando a força e determinação das mulheres que tem sido responsáveis por impulsionar vendas, compras, avaliações e locações de imóveis.
As mulheres também passaram a ter uma grande atuação na titularidade em contratos como locadoras de imóveis. No nosso país o número de mulheres que assinam contratos de aluguel passa de 1,8 milhão, tendo no período de 2016 a 2019 um aumento de 18%, segundo a Fundação João Pinheiro (FJP), em pesquisa recente encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, que tinha como objetivo consolidar a formatação do projeto Casa Verde e Amarela do Governo Federal.
Outro fato de grande destaque é que esse avanço não ficou restrito apenas a sua intervenção passiva na negociação, os números mostram um crescimento acelerado de mulheres que passaram a adotar a corretagem de imóveis como profissão. Esse fato pode ser comprovado com o número atual dessas profissionais, que possuem registro nos conselhos de Corretores de Imóveis dos estados. Como exemplos citamos participação das mulheres no CRECI do Estado de São Paulo, que atualmente conta com 34% do total de corretores inscritos naquele conselho. Na cidade de Fortaleza e zona metropolitana, atualmente existem 7.688 corretores dos quais 2.235 são mulheres. Na cidade de Iguatu, o panorama não é diferente, e atualmente a subseção CRECI da região Centro Sul possui 91 profissionais cadastrados, sendo que do total de registros 44 destes são mulheres.
Mas essas profissionais enfrentam grandes desafios para o desempenho laboral, conforme pesquisa realizada pelo grupo denominado Mulheres do Imobiliário, 61% das entrevistadas já enfrentaram situações como assédio sexual e moral, além de 44% que tiveram dificuldade para retornar ao trabalho após ter filhos.
É importante destacar a força e coragem das mulheres que desenvolvem ações no mercado imobiliário, contribuindo para o desenvolvimento desse setor de tão grande importância e significância para o desenvolvimento do país. Assim, mulheres também são donas de casa, de apartamentos, de terrenos, fazendas e sobretudo de desafios a serem enfrentados e devidamente vencidos.
Parabéns a todas as mulheres Corretoras de Imóveis.
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