A Câmara Municipal de Iguatu (CMI) recebeu na última quinta-feira, 26, a Associação dos Surdos de Iguatu (ASI) em comemoração ao ‘Setembro Azul’, mês da visibilidade da população Surda Brasileira, uma ação que traz conscientização e homenagens. A data coincidiu com o Dia Nacional do Surdo. A ocasião serviu como oportunidade de apresentar as conquistas recentes e demandas de inclusão da entidade.
A ASI na mesma data inaugurou sua nova sede, situada na Avenida Dário Rabelo (Antigo ABC), com objetivo de ser um elo fixo na defesa de políticas linguísticas, educação, cultura, saúde e assistência social para a comunidade surda, assim como seus direitos, garantindo assim maior inclusão na sociedade. O espaço foi cedido pela administração municipal e dotada de sala ampla. Mas os surdos pretendem iniciar o processo de organização e de melhor aproveitamento para se tornar uma central de interpretes propondo uma série de cursos.
No plenário do Legislativo Municipal, a sessão contou com intérpretes de Libras que transmitiram por meio de sinais as discussões e pronunciamentos dos vereadores acerca do projeto. Conforme Antônio Nelson, presidente da ASI, a entidade reúne cerca de 85 surdos. “Esperamos que nosso trabalho seja fortalecido. Planejamos uma série de atividades que visem a inclusão da pessoa surda em equipamentos públicos tanto para capacitar quem recepciona como atender o surdo que procura os serviços ofertados e não é atendido a contento”, disse o presidente.
Inclusão
A Câmara Municipal de Iguatu, em setembro de 2008, deu um importante passo em favor da inclusão social dos portadores de deficiência auditiva. Na época foi aprovada a lei que reconhece oficialmente no âmbito municipal a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão entre as pessoas com deficiência auditiva.
De acordo com a lei, o município deve garantir apoio para o uso e difusão da Libras, em órgãos públicos e concessionárias de serviços públicos, oferecer capacitação para servidores e firmar convênios com instituições para ampliação da linguagem de sinais. Entretanto, decorrida uma década ainda falta efetivação da legislação.
A presidenta Eliane Braz (PTB) afirma que a Câmara pode ser o elo para a resolução das demandas. “Conseguimos estabelecer esse passo importante no apoio a essa comunidade. A ideia é abraçar a causa”, afirmou.
Formação
Sempre atuante na formação de instrutores, cursos de formação de intérpretes e de instrutores de Linguagem Brasileira de Sinais (Libras), a ASI estima que cerca de 2000 pessoas em Iguatu têm formação básica em Libras. Recentemente no Campus Humberto Teixeira, em Iguatu, o curso de formação de instrutores de Libras, por meio da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu (FECLI) e do Instituto Federal de Educação (IFCE), campus local, em parceria com a ASI, formou 22 instrutores.
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