Ativistas continuam luta em defesa da lagoa da Bastiana

08/01/2022

A luta continua, incansavelmente e com ações educativas. Ambientalistas, integrantes de entidades e movimentos sociais protestam contra a degradação ambiental na lagoa da Bastiana. O manancial, que já sofre há anos com as mais diversas agressões, passa por obras de urbanização, que, segundo ativistas ambientais, estão prejudicando ainda mais o ecossistema do local. A derrubada de cerca de 40 pés de carnaúba para dar lugar a um calçadão com ciclovia, segundo o movimento S.O.S Bastiana, vem causando prejuízos ecológicos.

“A agressão ao meio ambiente já aconteceu e poderá trazer mais danos ainda. A gente não quer simplesmente ficar de braços cruzados, sem tomar nenhuma iniciativa. Então todas essas ações de protestar em frente ao Ministério Público, em frente à Secretaria do Meio Ambiente, de colar cartazes, dar entrevistas aos meios de comunicação, fazer lives sobre diversos temas que se relacionam à temática do meio ambiente visam despertar a população para que a gente tenha de fato essa preservação, o que infelizmente, aos nossos olhos, ela não acontece”, lamenta o bancário e ativista ambiental Mácio Alves, integrante do Movimento S.O.S Bastiana.

Integrantes do movimento alegam que a obra está sendo construída invadindo a Área de Proteção Permanente, APP, dentro da Área de Proteção Ambiental – APA da Bastiana que compreende a lagoa. “A lagoa virou um depósito de esgoto, de entulhos e de lixo. Essa lagoa é importante como regulador térmico da cidade. Estamos sofrendo um calor insuportável, justamente pela degradação desses ambientes lacustres e pela questão do desmatamento que infelizmente acontece na nossa cidade. Estão ultrapassando os 30 metros conforme é determinado por lei de proteção ambiental. Estão invadindo a APP e área alagável com a construção desse calçadão que poderia ser bem mais afastado. Aqui é uma área de estudo, inclusive muitos estudantes da UECE já catalogaram aves entre essas, inclusive vinda até mesmo de outros países”, aponta o estudante de geografia João Bandeira, integrante do S.O.S Bastiana.

Embargo

As obras estão sendo executadas há mais de um mês, ao mesmo tempo que estão acontecendo os serviços na Avenida Dr. Carlos Roberto Costa, que está passando por um processo de melhoria estrutural. A APA da Lagoa da Bastiana foi instituída por Lei Municipal no ano 1991. O movimento diz não ser contra a obra, mas alega agressões e desrespeitos em uma área que é protegida por lei. “O movimento não é somente preservar a lagoa da Bastiana, mas outras lagoas de Iguatu que também há muito tempo sofrem degradação. A população precisa estar bem informada. A gente compreende que é importante esse diálogo. Temos tentado conversar com essas pessoas que fazem a administração municipal, mas que nem sempre a gente encontra a devida sensibilidade para tratar do caso”, pondera Mácio, afirmando que o movimento pede o embargo da obra, no sentido que seja feito um reestudo dos impactos ambientais que estão sendo causados.

Execução

Segundo o secretário de Meio Ambiente e Proteção Animal, Mário Rodrigues, diante do contexto, o projeto precisou ser remodelado. Todas as ações que estão sendo executadas foram alinhadas com o Ministério Público e a Caixa Econômica Federal. “A obra de urbanização não invade a Área de Proteção Permanente”, disse. O município assegura ainda que haverá no entorno o replantio de mudas nativas. “Então hoje, depois que o Ministério Público dá o ‘ok’, a Caixa Econômica dá o ‘ok’, o que cabe à prefeitura é executar a obra. A gente está aberto para conversar, mas tem que se entender que toda essa sequência de ações não começou agora, desde o ano 2018, 19, 2020, existiu a possibilidade de ter as discussões, no período ninguém reclamou nada. Foi aberto o prazo de 60 dias, ninguém reclamou. É interessante a população tomar conhecimento do que está acontecendo nessa obra em si, que vai receber um gradil de proteção, um calçadão com ciclovia. O intuito maior é proteger essa lagoa que vai passar por um processo de limpeza geral e partir daí o replantio de árvores nativas de acordo com o ecossistema da lagoa. Está sendo feito conforme tudo dentro da lei, sem invasão e respeito, seguindo sem invadir a APP. Infelizmente teve que ter essa retirada de plantas, mas vai ter a compensação com número muito maior de árvores. O feio hoje, o que agride hoje o meio ambiente é essa situação que a lagoa está, cheia de lixo, entulho. Uma vantagem dessa obra é que as pessoas vão poder ajudar a fiscalizar”, respondeu o gestor da pasta.

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