Luciêr Fernandes, tinha apenas 46 anos, era mototaxista, casado, pai de sete filhos, depois de passar dez dias internado na U.T.I do Hospital Regional de Iguatu, morreu no início desta semana, segunda-feira, 21, por complicações da Covid-19. “Eu perdi meu pai pra essa doença. Gente acreditem. Ela mata de verdade. Meu pai resistiu até o quanto pode. Tudo que ele tinha medo aconteceu com ele. Foi internado, precisou de oxigênio, foi intubado e infelizmente não voltou mais pra casa. Essa foi a última palavra que ele me disse. Cuida dos teus irmãos, da tua mãe até eu voltar. Mas infelizmente, ele não veio”, lamenta Lídia dos Santos, filha do Luciêr Fernandes, mais conhecido por Tigrão.

“Tigrão”, está entre as 203 vidas perdidas, até ontem, sexta-feira, 25, em decorrência da doença somente em Iguatu. Para lembrar justamente dessas pessoas, 200 velas foram acesas na na noite da quarta-feira, 23, na rotatória da Avenida Marechal Castelo Branco. O ato também foi uma maneira de protestar pela demora na aquisição de vacinas por parte do Governo Federal. A inciativa partiu do grupo frente popular. “estamos aqui para lamentar, já são mais de duzentos iguatuenses que poderiam estar vivos, lamentar pelas mais de 500 mil famílias brasileiras que perderam seus entes queridos, seus próximos”, lamenta Márcio Alves, integrante da Frente Popular.

Em Iguatu mais de que tem população estimada em 103 mil habitantes, mais 30% da população segundo dados da Secretaria da Saúde receberam a primeira dose das vacinas contra novo coronavírus. A vacinação segue o plano de imunização determinado pelo Ministério da Saúde. A preocupação das autoridades em saúde é com o avanço dos casos da doença, isso porque muitas pessoas acabam tendo a doença ficando assintomáticas e ficam transmitindo os vírus na rua. “Nós perdemos 200 pessoas no Iguatu e uma parcela considerável dessas pessoas poderiam estar aqui conosco. Uma delas foi meu colega de trabalho, professor Ismael Lopes. Por um espaço de um mês ele não foi vacinado. Entre seu falecimento e o dia dele de poder tomar vacina como professor do ensino superior. Então, muitas dessas 200 mortes e esses mais de meio milhão de brasileiros mortos poderiam ser evitados”, afirma a professora Jaqueline de Souza.

“Nós não podemos nos calar, não podemos nos acomodar, achar que isso é normal, 200 óbitos registrados no nosso município por conta da covid-19. Então temos que nos cuidar, redobrar todos os cuidados, usar máscara, higienização das mãos, manter o distanciamento social para evitar a transmissão desse vírus”, aponta Fernando Fernandes, secretário da Saúde de Iguatu.

Até esta sexta-feira, 25, o município acumula 203 óbitos em decorrência da Covid-19. Ao todo, 10.233 pessoas já foram acometidas pela doença, sendo que dessas 8.602 já se recuperaram. 17 pessoas estão internadas. 28.429 casos foram notificados, sendo 16.927 descartados.