A campanha de vacinação do Ministério da Saúde contra o vírus H1N1 terminou ontem, sexta-feira, 14, depois do novo prazo de prorrogação. Os municípios tinham como meta de 90% de imunizar o público-alvo da campanha. Iguatu conseguiu ultrapassar essa meta ainda em maio, 93,5% das pessoas prioritárias. Além de vacinar também moradores fora dessa cota, com as sobras das vacinas. Todavia, a falta da vacina nos postos da rede pública fez com que muitas pessoas, com medo da doença, recorressem as clínicas particulares.

A morte de pelo menos sete pessoas por causa do vírus H1N1 no Ceará alarmou pessoas que estão recorrendo às clínicas particulares que ainda têm a vacina. A recepção de uma clínica de vacinação na Rua 13 de maio, no Centro de Iguatu, nos últimos dias tem sido bastante movimentada. O comerciante Tiago Matias mora no Distrito de Guassussê, em Orós. “Aproveitei que nessa clínica tem a vacina, reservei com antecedência e trouxe meu filho e minha esposa. A nossa menina mais nova como está dentro do grupo prioritário também já foi vacinada. Tivemos que pagar. Como diz o ditado: é melhor prevenir que remediar. Graças a Deus, estamos todos protegidos contra esse vírus. Se tivesse disponível para toda população, seria bem diferente para todos nós”, comentou Tiago.

De acordo com Caroline Torres, enfermeira e responsável técnica da clínica, a unidade de saúde tem vacina disponível à livre demanda. Nas duas últimas semanas, em média foram aplicadas 850 doses da vacina contra a gripe. De acordo com a enfermeira, como a procura está aumentando, o estoque foi renovado. “Posso dizer que temos vacina disponível hoje, mas não posso garantir até quando esse estoque vai durar, isso porque a procura tem aumentado”, explica Caroline Torres.

Proteção renovada

Caroline orienta ainda que quem não tomou a vacina, uma das medidas de prevenção é tomar alguns cuidados para não ser contaminado pelo vírus. “Evitar locais fechados com a presença de muitas pessoas, usar álcool em gel, não expor crianças e idosos principalmente em ambiente hospitalar sem necessidade”.

Existem dois tipos de vacina contra a gripe deste ano: a trivalente e a quadrivalente. As duas protegem contra três tipos de influenza:  o h1n1, o h3n2 e o tipo “b”. Na quadrivalente também tem a proteção contra um outro vírus do tipo “b”, que circula hoje nos Estados Unidos. “Quem tomou a vacina no ano passado, tem que tomar de novo neste ano. Quem tomar agora, tem que renovar esta proteção a partir da próxima campanha ano que vem. Esta proteção não é para sempre. Não é porque você tomou vacina que você está protegido este ano. Então, você precisa, sim, renovar esta proteção. O segundo motivo é que os outros dois vírus que estão circulando dentro da vacina deste ano são diferentes dos do ano passado”, explica.

Precaução

Quem já tomou a vacina se sente seguro contra o vírus h1n1. A aposentada Emília Borges, 82, não perdeu tempo e procurou o posto de saúde logo no início da campanha. “Eu tenho muito medo de pegar a gripe. Vi no jornal que as pessoas estão morrendo e o vírus está se espalhando por todo canto e bem ligeiro. Quero ficar bem protegida. Toda vez que tem campanha, eu me vacino logo”, comentou a precavida aposentada.

A jovem Aquisa Amorim também faz parte do grupo prioritário. Ela é professora e está na primeira gestação. Ela sabe e ressalta a importância de as pessoas tomarem a vacina. “Quem puder tomar ou pago ou no posto de saúde, tome. Com saúde não se brinca. Infelizmente não tem vacina para todo mundo, mas para os grupos mais susceptíveis todos tiveram a oportunidade de se imunizar. Esperamos que a vacina volte para atender todo mundo logo em breve”.

Solicitação

Iguatu ultrapassou a meta da campanha em 93,5%, portanto não tem mais vacina na rede pública local. Em relação à retomada da campanha nas unidades de saúde da rede pública, a coordenadora de imunização, Edimira Assunção, explicou que já foi solicitado ao Governo do Estado nova remessa da vacina contra a gripe para o município e espera que a solicitação seja logo atendida.