A avaliação de um imóvel é um processo decisivo em qualquer procedimento de compra e venda, em especial para o vendedor, uma vez que se ofertar com preço abaixo de mercado terá prejuízo na venda, e se ofertar acima do preço não irá vender ou terá dificuldades para concretizar a transação, sendo, portanto, a avaliação um processo de grande importância para a referida transação.
Na grande maioria das vezes é o cliente vendedor que dita o valor do imóvel, e muitas vezes não segue a orientação do avaliador, ofertando aquele a um preço acima do mercado e isso poderá ser um complicador, em especial para quem tem pressa na realização da venda.
É dentro desse contexto que aparece e muitas vezes permanece, a ideia do valor sentimental, que nada mais é que o sentimento que o vendedor possui pelo imóvel por várias situações, entre elas o fato de ter nascido no imóvel, seus pais terem construído, história de superação enquanto nele vivia, entre outros que fazem o vendedor acreditar que aquele imóvel possui um valor acima do que um avaliador precifica. Além de que por muitas vezes, por ser objeto de herança, o valor avaliado não daria para suprir as demandas que cada herdeiro gostaria de comtemplar. Além disso, existe ainda o valor sentimental dos materiais utilizados em uma reforma, como adornos, decorações fixas, entre outros, que muitas vezes atende o gosto pessoal do proprietário e não do possível comprador.
É a partir de uma avaliação imobiliária realizada por corretor especializado, com o devido registro no CRECI (Conselho Regional de Corretores) e com registro no CNAI (Cadastro Nacional de Avaliadores de Imóveis), com profundo conhecimento na região de localização do imóvel, que o cliente vendedor terá condições de ofertá-lo dentro do preço do mercado, sem que esteja com possível prejuízo ou com valor totalmente fora de comercialização.
Em mais de dez anos realizando avaliações imobiliárias no âmbito judicial, particular e de assistência técnica, o meu maior desafio tem sido demonstrar ao vendedor que o valor sentimental não agrega montante financeiro ao imóvel. Além disso outra grande dificuldade, tem sido convencer o cliente de que aquele seu amigo que precifica o imóvel, mas que não é avaliador profissional, não possui condições técnicas de auferir o valor de qualquer imóvel seja ele residencial ou comercial.
A questão maior e mais preocupante em um cenário de venda de imóvel, é que o proprietário vendedor sempre majora o valor atribuído pelo avaliador, e tempos depois acaba vendendo por valor muitas vezes menores de que os constantes em propostas no início da oferta, que na maioria das vezes estaria dentro do valor de mercado avaliado pelo profissional. Isso ocorre em razão de que ao majorar o valor atribuído inicialmente na avaliação, o imóvel fica fora de mercado e não será vendido, ocorrendo desta forma por parte do vendedor um leilão invertido, onde por não conseguir vender começa a diminuir o seu preço, tornando o imóvel aos olhos de potenciais interessados, possível de ser a cada dia desvalorizado pela ausência de ofertas ou negócios realizados.
Por fim, em qualquer comercialização de imóvel é essencial que se realize uma avaliação com profissional habilitado, sendo de essencial importância que o contratante siga as orientações do avaliador, que no seu parecer deverá inclusive informar quais são os aspectos positivos e negativos, sendo que nesse último deverá apontar os necessários procedimentos para correção e assim fortalecer a liquidez do imóvel.
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