A barragem Caldeirões, em Saboeiro, no Sertão dos Inhamuns, foi o 21º reservatório, monitorado pela Companhia de Gerenciamento do Recursos Hídricos – COGERH, a transbordar no Ceará no período de inverno este ano. O açude barra o rio Jaguaribe e fica na Bacia do Alto Jaguaribe. Desde que atingiu a capacidade máxima, no último domingo, 23, o local passou a atrair muitos moradores e visitantes.
As cachoeiras formadas pela água que transbordam da barragem dos Caldeirões formam um cenário bonito. “O local desde o início da semana tem atraído muita gente, além dos moradores, visitantes de sítios, vila e até de cidades vizinhas vêm aqui e ficam admirados com ‘sangria’ da barragem. Com sua capacidade máxima, temos água assegurada aí pra mais de um ano”, explica o secretário de Infraestrutura de Saboeiro, Carlos Nocrato.
O açude Caldeirões tem capacidade de 1 milhão 130 mil metros cúbicos de armazenamento. Até o dia 15 de março estava com 34% do volume. “As chuvas contribuíram para o açude atingir essa sangria. Chegou a ficar de ponta a ponta tomado por água na barragem. Diminuiu mais um pouco, e esperamos que chova mais porque quanto mais água melhor porque ela desde daqui, passa pelo Iguatu e vai pra dentro do Orós”, comenta o motorista Randal Barbosa, que foi ver de perto a barragem ‘sangrando’.
Estrutura preocupa
A barragem é responsável pelo abastecimento da sede de Saboeiro, localidades ribeirinhas até Barrinha e Poço Grande, nas margens do rio Jaguaribe. Mas o que se torna alegria e garantia hídrica, por outro lado também é motivo de preocupação, principalmente pela estrutura da parede da barragem dos Caldeirões. A Secretaria de Infraestrutura de Saboeiro realizou entre os dias 25 a 29 de fevereiro deste ano uma inspeção na parede do reservatório. O documento foi apresentado à COGERH. “As marcações registradas na extensão da parede da barragem mostram fissuras, rachaduras, trincas, buracos e infiltrações. A preocupação da gestão municipal se deve ao fato de todas essas avarias virem a comprometer a estabilidade da parede. Foram registradas 61 trincas transversais, uma longitudinal ao longo de toda sua extensão, exatamente no encontro do maciço antigo com o executado aproximadamente há 15 anos, e oito infiltrações no lado de jusante”, explicou Carlos Nocrato, afirmando que a inspeção foi motivada pelos problemas encontrados na parede que é feita em alvenaria de pedra.
Ainda segundo Nocrato, é necessária a ampliação em torno de 40% da parede do açude. “Apesar de não haver risco aparente, foi solicitada uma inspeção mais apurada, um plano de recuperação e manutenção da barragem junto a COGERH, porque vale lembrar que o município não tem nenhuma responsabilidade com a barragem. De qualquer maneira é melhor ser apurada e reparada o quanto antes”, concluiu o secretário.
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