Bernardo Gomes, o amigo lavador de carros

03/06/2023

O nome dele de “vera” é José Valdemar de Souza Filho, tem 56 anos, e 19 deles dedicados aos serviços de lavagem de carros, ônibus e motos. Mas é conhecido pela alcunha de Bernardo Gomes. Segundo o trabalhador, esse era apelido do pai dele, que acabou herdando. Com baldes, flanelas e detergente, é comum vê-lo lavando carros em frente à Delegacia Regional de Polícia Civil, na rua onde mora ou mesmo em algum lugar em que é chamado.

Bernardo conta que começou o trabalho de lavagem limpando ônibus, inclusive sendo contratado por uma empresa. “Por aqui tinha a Vale do Jaguaribe, Timbira, Ipu-Brasília, entre outras. Eu recebi um convite para ir na garagem de uma empresa. Fui limpando, por lá trabalhei muito para deixar os ônibus todos limpos. Essas empresas fecharam tudo por aqui. Eu fiquei desempregado e passei a lavar carros ali pela Sefaz, na delegacia quando era no Centro. Por lá fui ficando e tem dado certo até hoje”, relembrou.

Bernardo trabalha a céu aberto, em frente à delegacia. “Acordo cedo, 5h, 5h30 acordado. Cedo vou trabalhar. Carro demora mais um pouco, mas moto é mais trabalhosa. Mas tudo dá certo e os clientes aprovam o serviço. A lavagem de carro depende do tamanho do veículo. Entre R$ 40,00 a R$ 30,00 lavagem completa. Para lavar só a parte de fora, cobro a metade. Moto é R$ 20,00, fora as gorjetas que ganho”, destacou.

Saber entrar e sair

O tempo gasto para lavar um carro varia de acordo com as condições do veículo: em um carro apenas empoeirado, pouco mais 20 minutos; já um mais sujo consome cerca de 40 minutos. Já acostumado, Bernardo garante que não deixa mais esse serviço. Além de ‘extras’ que faz com vendas de objetos. “Gosto de vender bicicletas. Sempre aparece alguém, troco, vendo e assim dá para ganhar alguns trocados”.

Além do zelo no trabalho, Bernardo também foca no respeito e confiança das pessoas. “Eu sempre trato as pessoas com respeito e conquistei também a confiança de muitos amigos. A gente ali cuidando do carro deles, às vezes é deixado algum objeto, dinheiro. Eu faço questão de mostrar e entregar. Assim, a gente vai levando nosso trabalho. As pessoas gostam do meu trabalho. E assim vou levando e sou agradecido por isso. É bom saber entrar e sair com respeito de qualquer canto”, finalizou.

 

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