A Biblioteca Pública Municipal Dr. Matos Peixoto celebra neste mês de fevereiro 60 anos de fundação. A pasta da cultura local iniciou programação alusiva à data. O equipamento foi pioneiro em desempenhar atividades culturais de Iguatu, desde 1963.

Desde então presta serviços à comunidade através de diversos projetos e ações que desenvolvidos com o objetivo de democratizar cada vez mais o acesso ao livro e à leitura, através do atendimento aos usuários internos, bem como ao público externo, desempenhando um significativo papel na promoção do acesso à informação, ao conhecimento, a educação e a cultura da população local.

O local já foi sede do Governo do Estado, na época do então governador Virgílio Távora, e da Prefeitura de Iguatu.

A programação de aniversário começou na sexta-feira, 24, e segue até o dia 28 com formação para servidores do equipamento em audiodescrição, mobilidade e libras, feira de livros e artesanatos, apresentação da banda municipal e café literário. “Pensamos em uma programação que envolva os profissionais do equipamento e população no modo geral.  Estamos abertos para receber a população. Temos uma boa visitação e atendimento no decorrer do ano quanto à consulta, pesquisa e estudo. O fluxo tem aumentado após o período de pandemia”, disse Carlê Rodrigues, servidora do equipamento.

A biblioteca conta com um acervo de aproximadamente 11.000 títulos em todas as áreas de conhecimento, oferece os serviços de consultas orientadas, pesquisas para diversas finalidades e empréstimos domiciliares. Atualmente contamos com espaço braile, biblioteca adulto e infantil.

No ano de 2018 a biblioteca passou a fazer parte do Conecta Bibliotecas, um programa nacional de estímulo à transformação social por meio de bibliotecas públicas. No ano de 2019 a biblioteca foi reconhecida a nível nacional, obtendo o terceiro lugar no prêmio da RECODE, organização voltada ao empoderamento digital, que reconheceu 10 bibliotecas públicas do Brasil. “Nesse período já realizamos projetos como visita guiada, dia do livro infantil, chá literário, dia de narração e mediação de leitura”, disse Carlê.

Saiba mais

José Carlos de Matos Peixoto nasceu em Iguatu-CE no dia 12 de março de 1884, filho de Miguel da Silva Peixoto e de Isabel de Matos Peixoto. Era ligado por laços sanguíneos às famílias jaguaribanas Saldanha e Távora, de grande influência política no Ceará. Conciliou a vida política com intensa dedicação ao mundo acadêmico.

Concluiu o curso da Faculdade de Direito do Ceará em 1908 e dedicou-se ao magistério, lecionando no Ginásio Cearense, do professor Anacleto de Queirós. Em companhia deste seguiu para Manaus, onde fundou o Instituto Amazonense. De volta ao Ceará, tornou-se catedrático de história natural do Liceu do Ceará em 1911 e lente de direito civil da Faculdade de Direito do Ceará em 1914.

Ingressando na carreira política, foi secretário do Interior e Justiça no governo do desembargador Moreira da Rocha (1924-1928), a quem ajudou na reforma da Constituição cearense e na organização de projetos de leis processuais do estado.

Foi eleito deputado federal pelo Ceará em 1927, chegando a exercer a liderança da bancada cearense na Câmara. Por consenso de todos os partidos políticos do estado, foi escolhido para governar o Ceará no período 1928-1932. Renunciando à cadeira na Câmara dos Deputados, tomou posse no governo do estado em 12 de julho de 1928, mas foi deposto pela Revolução de 1930, capitaneada por Getúlio Vargas. Em seu lugar, no dia 8 de outubro, assumiu o governo provisório do estado Manuel Fernandes Távora.