Simplesmente impecável, irretocável, fantástico! A Blitz da semana foi musical. Na quarta-feira, 24, o Sesc abriu as portas para a primeira edição do ano do projeto Estacionamento da Música. E não poderia começar melhor. A estreia em 2019 foi com a banda Blitz, liderada pelo vocalista e ator Evandro Mesquita. Na quinta-feira, 25, o show aconteceu em Juazeiro do Norte.

No começo do show Evandro Mesquita fez questão de agradecer ao sistema Fecomércio pela oportunidade. “Somos gratos, por vocês que estão aqui e pelo Sesc que trouxe a gente, de tão longe para esse encontro nesta noite, muito obrigado”, disse.

Durante uma hora e meia, a banda de rock que nasceu nos anos em 1982, a partir de uma reunião de amigos que foram tocar num bar, levou o público ao delírio ao engatar velhos sucessos como: “Geme geme”, “Bete Frígida”, “Era um biquíni de bolinha amarelinho”, “Wekend”, “A dois passos do paraíso” e talvez sua canção mais emblemática: “Você não soube me amar”. “A dois passos do paraíso” foi tocada duas vezes e nas duas o público cantou junto.

No meio do show Evandro Mesquita resgatou clássicos de outras bandas de rock; Paralamas do Sucesso, Biquíni Cavadão, Barão Vermelho e Titãs. A Blitz também embalou novos sucessos do trabalho mais recente, Aventuras II, que inclusive concorreu ao Gramy Latino da música.

37 anos na estrada

Passados mais de 35 anos de sua formação original, a Blitz continua a mesma, sem fugir ao seu estilo e originalidade. A mistura do rock com o pop romântico e as letras fáceis de cantar, talvez sejam características mais autênticas na trajetória de quase 40 anos de sucesso. O experiente baterista Gilmar, que tocou com Cazuza e já está na Blitz há mais de 15 anos, é um dos músicos de ouvido apurado e ajuda a tirar os sons mais originais do repertório. Não é difícil imaginar que o lugar dele já foi ocupado pelo também músico Lobão, ainda na primeira formação.

O show de repertório rico da Blitz embalado pelos acordes melodiosos da guitarra de Rogério Meanda, do contrabaixo da roqueira Cláudia, do teclado de William Billy Forghieri, vocal e violão de Evandro Mesquita revela que os anos se passaram, mas a essência não se perdeu. A formação não é mais a mesma do começo. Evandro, aos 68 anos e cheio de vitalidade, se mantém à frente no palco com as duas backing vocais Andreia e Nicole, fórmula que vem dando certo desde o começo, quando ainda tinha num desses postos, Fernanda Abreu e Márcia Bulcão. As substitutas Andreia e Nicole passeiam pelo palco e vão além da função de vocal, numa performance teatral e cheia de sensualidade.

Evandro Mesquita também gasta com prazer toda sua experiência interagindo com o público o tempo todo sem perder o elo que sempre os manteve ligados ao longo do tempo. A prova disto é que o público, formado por gente de meia idade e surpreendentemente jovem, tem as letras dos sucessos da banda na ponta da língua e canta num coro muito afinado.

O grupo foi formado no Rio de Janeiro, em 1982. Originalmente foi formado por Evandro Mesquita (voz e guitarra), Fernanda Abreu (backing vocal), Marcia Bulcão

(backing vocal), Ricardo Barreto (guitarra), Antônio Pedro Fortuna (baixo), Billy Forghieri (teclados) e Lobão (bateria).