Cada vez mais recorrente o resgate de animais pelo Corpo de Bombeiros de Iguatu, na maioria das vezes capturas de cobras. Na última quarta-feira, 01, além da captura de pelos menos duas cobras, um boi foi retirado de um cacimbão, no centro de Cariús, e uma gata foi socorrida de um poço, no bairro Fomento. A divulgação de vídeos e fotos desses salvamentos pelas redes sociais acende um alerta para cuidados que as pessoas devem ter como os bichos para evitar acidentes além de mostrar também a importância da atuação dos bombeiros, que exercem funções que não são limitadas somente ao combate a incêndios.
No quartel do Corpo de Bombeiros, no bairro Esplanada, as viaturas estão sempre no ponto para qualquer chamado. Assim como os equipamentos de salvamentos nos veículos. O sub-tenente Alcantâra Neto, há 24 anos na corporação, é bem familiarizado com todos eles. Tem o desencarcerador, equipamento que parece um alicate gigante, usado para retirada de vítima presa em ferragens. Já a alavanca tipo Hooligan, tem também função parecida. O sistema de roldanas e molas é utilizado com cabos para rapel e salvamento em altura. A pinça é para capturar animais peçonhentos.
Durante o salvamento, o que diferencia são as técnicas utilizadas. “Vai depender do perigo, risco que aquela situação vai oferecer. A partir daí a gente traça a estratégia e utiliza as ferramentas necessárias”, explica o bombeiro Alcântara Neto.
Mínimo de danos
O principal objetivo é o resgate seguro que garanta o mínimo de danos, traumas e que resguarde principalmente a vida. Para os bombeiros não há diferença em salvar qualquer tipo de animal. Entre os inúmeros salvamentos realizados pela corporação, na quarta-feira, 01, foram registrados várias deles, entre elas a retira de um boi, que caiu em um cacimbão, no centro de Cariús, e a captura de uma cobra no centro da cidade. O soldado Alexsandro Pereira participou também neste mesmo dia do resgate de uma gata. “O animal caiu no cacimbão, estava bastante assustado. Consegui descer por uma escada de ferro que tinha na parede do cacimbão, auxiliado por uma corda de apoio. Foi uma ação bastante arriscada porque tinha muito lodo, parede velha. Desci mais de 6 metros, e o animal bem assustado, mas no final deu certo”, comentou.
Risco que o agricultor Antônio Geraldo, 63, preferiu não correr. “Por isso meu genro ligou para os bombeiros. Eu já entrei muito nesse cacimbão, mas hoje por conta da idade e problemas nas pernas, não me arrisco mais. Quem salvou a gatinha foram os bombeiros. A gatinha já tinha uns dois dias que estava desaparecida. Ela ainda amamenta três gatinhos. Ela costuma andar pelo sítio todo, mas nunca tinha sumido. Quando vim ligar a bomba no motor, escutei o miado, ela toda encolhida num cantinho. Deve até ter pegado chuva”, lamentou o agricultor.
1.047 resgastes em 2018
O resgate de animais é bastante comum pelos Bombeiros de Iguatu. São várias ocorrências. “Normalmente as pessoas tentam fazer o primeiro resgate, como não conseguem acionam a gente. A orientação que passamos é que as pessoas resguardem o local até a chegada do salvamento”, disse o tenente-coronel Nijair Araújo, comandante do Corpo de Bombeiros de Iguatu, ressaltando que no quartel da corporação em Iguatu não existe local específico para abrigar os animais. Normalmente, depois do resgate, o animal é devolvido ao dono. Animais selvagens e peçonhentos são destinados a centros específicos ou a ambientes onde vivem.
Ano passado, segundo dados do Corpo de Bombeiros, foram realizados 1.047 resgates no período de janeiro a dezembro. Este ano, de janeiro a março, os bombeiros realizaram 459 resgaste de animais.
Os números de resgates são apenas uma amostra do serviço dos bombeiros. Mas a profissão exige treinamento constante. Segundo o comandante, os bombeiros recebem treinamento específico para cada tipo de ocorrência. No quartel, sempre fica um bombeiro específico para as ocorrências de salvamento. A orientação repassada para moradores é que em caso de ocorrência o número para chamar o resgate é 193. “O ideal é que poços, fossas e cacimbas sejam protegidos, tapados com tampas ou telas para evitar acidentes”, concluiu o soldado Alexsandro Pereira.
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