Sem necessitar de muito espaço para manter e manejo também sem muitos cuidados, há mais de vinte anos o cultivo de plantas em miniatura, chamado bonsai, caiu no gosto de Pedro Styferson Pontes. O incentivo para passar a cultivar a planta foi depois de assistir ao filme “Karatê Kid”, de origem oriental.
“Nos anos 80 para 90, o filme “Karate Kid” despertou a curiosidade de muita gente sobre essa cultura oriental. Me despertou interesse pelo bonsai a partir do filme, eu fui buscar conhecimento. Comecei fazer pegar uma plantinha para colocar no vaso para que ela se desenvolvesse achando que estava fazendo bonsai e fui buscando conhecimento na época”, contou Pedro. Depois da primeira frustração, ele passou a se dedicar mais, pesquisando o cultivo do bonsai por meio de revistas especializadas sobre essa arte milenar.
“A fonte de conhecimento eram as revistas. Tinha o Zé da Banca, minha mãe comprou uma revista Bonsai Brasil e tinha algumas informações, mas era limitada. Mesmo assim, fiquei cultivando algumas plantas. Com o passar dos anos, fui fazer faculdade de mecatrônica e quando fui fazer minha monografia do final do curso eu queria fazer alguma coisa relacionada a algo que eu gostasse. Foi quando pensei em desenvolver um sistema de irrigação para plantas como o bonsai, por exemplo, que são cultivadas em ambiente restrito, que é uma limitação que a gente tem. Esse trabalho fez com que eu passasse a pesquisar ainda mais sobre o bonsai, isso já com o auxílio da internet, onde conheci grupo e associações. Quando me juntei com esse pessoal da Associação Nordestina de Bonsai, passei a ter acesso a mais informação mais prática, melhorou demais a experiência, mais na prática”, pontou.
“Descobri que bonsai não é uma planta oriental, tem relatos de achado de pinturas de bonsai bem na antiguidade. E que o bonsai não é só planta oriental, mas qualquer planta pode ser feita essa arte. Hoje, fazendo parte da associação, descobri que a gente não pode lutar contra a natureza, mas sim procurar adaptar as técnicas do bonsai, as plantas da nossa região a essa arte, porque as plantas da nossa região conseguem se adaptar” completou.
Cuidados
Pedro ressaltou que foi selecionando naturalmente plantas que dão menos trabalho e que são mais comuns na região. Entre essas plantas o ficcus, uma das primeiras a cultivar. “Procuro plantas que tenham flor, fruto, para ficar mais interessante. Escolho plantas mais resistentes. Cultivar bonsai não dá tanto trabalho. Os cuidados são irrigação todos os dias, adubação periódica, uso de arames nos galhos para direcionar como quiser, assim você consegue cuidar, manter uma planta saudável. Não vai exigir muito do tempo do cuidador”, destacou.
Pedro disse que nunca teve interesse em comercializar. “Eu nunca tive interesse comercial. Muita gente procura tentando comprar uma. Tenho poucas plantas. Se vender, fico sem nada. Além do apego, não é só o dinheiro. Você passa 20 anos cultivando, é como se fosse um filho. Não tem como vender”, concluiu Pontes.
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