Brinquedos populares podem ser comprados no comércio

12/10/2019

Na infância do Luiz Rodrigues, o brinquedo que marcou sua memória foi um carrinho de lata. Confeccionado manualmente, o brinquedo é feito de material reciclável, latas de leite, tiras de flandres e até latas de óleo, madeira que dão sustentação, além de serem utilizadas nas rodas e uma pintura especial.

“Fico encantado quando vejo um brinquedo antigo como esse. Me recordo da minha infância. Estava comentando isso agora com minha mãe quando a gente entrou aqui. Muito legal saber que ainda tem comércio desse tipo de brinquedos para vender”, comenta o autônomo Luiz Rodrigues.

Ainda é possível encontrar na feira livre e em poucas lojas do centro uma variedade de brinquedos populares, construídos como antigamente. Além de carrinho e ônibus de lata, tem pião, peteca, pipa, cavalinhos de barro e bonecas de pano. “No meu tempo, eram mais rústicos os cavalinhos de barro, a boiada. Eu me divertia muito. Hoje tão mais para decoração. Eu lembro que quando quebrava uma perna, eu morria de chorar. Depois minha mãe colava. Isso quando dava certo. Quando não tinha jeito, ela comprava outro depois. Era bem baratinho dava pra ter uma fazenda grande”, relembrou também os tempos de infância o vigilante Marcos Fabiano.

Brincadeira sadia

E tem muitos brinquedos que ainda fazem sucesso e trazem boas recordações aos adultos, como as panelinhas de barro. Aos 75 anos de idade, dona Carmozita de Souza diz que aproveitou muito a infância. “Eu mesma fazia minhas bonecas, as roupas dela, tinha uma ruma de boneca, tudo tinha nome e andavam bem vestida. Eu lembro que a gente sentava na beira do rio, nas sombras das árvores pra fazer comidas pra bonecas. A gente brincava horas do dia e não tinha uma maldade. Eram brincadeiras sadias. Esse brinquedo de hoje, acho que nem em sonho a gente imaginava que existia”, disse a aposentada, natural de Boa Viagem, no Sertão Central cearense.

Ainda é possível encontrar na feira livre uma variedade de brinquedos populares –

Demanda

Com o surgimento de novas tecnologias, segundo o comerciante Antônio Gonçalves, diminuiu a demanda por esses brinquedos mais populares. “As pessoas ainda compram mais para decoração, professores levam para escolas pra apresentar para as crianças, mas sempre sai alguma coisa. Pouco, mas a gente nunca deixa de vender. Mas a gente vê com a preferência dos filhos atualmente é por brinquedos mais modernos, celular, tablete”, ponderou.

O comércio de Antônio fica no centro comercial em frente ao Mercado Central. A loja tem mais de vinte anos. É uma das poucas que ainda mantêm o estilo de comércio antigo. “As pessoas pensam que não, mas tem uma necessidade, uma demanda por esses tipos de artigos que vendo aqui. O que você pensar, a gente tem por aqui, além de temperos, ervas medicinais e artigo para decoração. É um mini shopping popular”, disse, afirmando que a grande maioria dos produtos que vende são comprados fora. “A gente viaja pra Juazeiro do Norte, Caruaru, no Pernambuco, para trazer novidades e sempre tem, todo mês, novidades por aqui”, ressaltou o comerciante.

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