Mais um ano chegou, e a situação volta a ser repetida para moradores de localidades rurais na região do Distrito de Suassurana e condutores de veículos que utilizam a estrada que passa por cima da parede do açude Dr. Carlos Roberto Costa, o Trussu.

“São vários anos que a luta é grande em prol de melhorias para essa parede. O DNOCS já é um serviço paliativo, há pouco mais de 3, 4 anos, mas a cada inverno a situação volta a acontecer. Na época da seca são os buracos e a poeira. Quando chega a época das chuvas, os buracos aumentam, ficam cheios de água, tem infiltrações. Precisamos de uma solução que resolva isso de vez”, cobrou Edmilson Rodrigues, líder comunitário.

Ainda de acordo com Rodrigues, solicitações oficiais já foram enviadas ao órgão através da prefeitura, mas ainda sem resposta. “Em agosto passado conversamos com o prefeito Ednaldo Lavor, foi enviado ofício. Esperamos que seja resolvido esse problema de vez, sejam tomadas as medidas paliativas, mas como a gente vê aqui a situação só piora”.

O açude Trussu está com pouco mais de 36% da capacidade hídrica. Neste período de chuvas atrai muitos visitantes e turistas para chácaras e balneários. A estrada dá acesso a sítios e à sede do distrito. “Situação que tem prejudicado a gente. Se não tomarem uma posição logo antes que o inverno se intensifique mais, vai chegar um ponto que a gente não vai poder nem abrir nossos comércios. Por aqui pela parede não está arriscado, pelo desvio que tem embaixo, as motos não estão mais nem subindo umas ladeiras que têm, imagina carro. Na parte mais baixa, a água que escorre passa por cima da estrada. Bem difícil”, lamentou o comerciante Raimundo Félix, que se sente prejudicado com a situação. “A gente até já se propôs a tapar esses buracos, mas o DNOCS não deixa, e também não faz”, acrescentou.

Moradores temem que a situação piore com o aumento do período chuvoso. As precipitações por um lado ajudam a aumentar o aporte do reservatório, mas evidenciam os problemas recorrentes, relatados. Devido às condições da estrada, praticamente ela deixou de ser usada. “É um risco grande, às vezes uma pessoa pode vir visitar um banho, e se arriscar até um acidente por conta dessas buraqueiras. Queremos evitar isso. Além disso, uma pessoa pode precisar de um atendimento médico de urgência e não ter estrada. Aqui é rota de transporte escolar. Por isso cobramos que essa recuperação seja feita o quanto antes”, ressaltou Edmilson Rodrigues, apontando ainda que há cerca de quatro anos fizeram o reparo na parede. Taparam buracos, limparam a mata, canaletas de escoamento de água, mas o problema voltou a se agravar.

DNOCS

O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) em nota informa que uma equipe de engenheiros da autarquia já esteve no local, realizou uma vistoria minuciosa e elaborou relatórios técnicos sobre o problema. “Foi analisado que o pavimento da Barragem do Açude Público Trussu está sendo usado de maneira inadequada, como estrada de acesso e tráfego de veículos pesados, como caminhões, tratores e ônibus escolares, uma vez
que quando o pavimento foi construído, o mesmo não foi dimensionado para essa finalidade, e sim para o trânsito de veículos leves com o intuito de realizar a manutenção
da Barragem quando necessário. Reforçamos ainda que mesmo com o mau uso, a Barragem não apresenta nenhum problema de estabilidade”, disse a nota.

O DNOCS finalizou destacando que a previsão é de que a obra de recuperação seja iniciada após a quadra chuvosa.