Em Iguatu, o CAPS – Centro de Atenção Psicossocial funciona em um prédio moderno, na rua Deocleciano Bezerra, no Centro. As instalações são novas, o equipamento conta com áreas de convivência, consultórios, farmácia, refeitório, entre outros espaços com conforto e amplos. A unidade, que é do tipo III ou Geral, também tem seis enfermarias para acolhimento de quem precisar desses serviços.
“Graças a Deus, quando chegamos aqui fomos bem atendidas, desde o pessoal da portaria, cozinheiras, pessoal da limpeza. Médicos as enfermeiras, tudo gente bem educada e acolhedora. Não faltou nada. A gente entrou num lugar abençoado”, disse a dona de casa Alvenora Oliveira, moradora da cidade de Saboeiro, que estava acompanhando uma paciente.
A unidade Geral dispõe de uma equipe multiprofissional com psiquiatras, enfermeiras, assistente social, psicóloga, entre outros profissionais que estão diariamente prestando serviços de saúde mental. A população também conta com outros dois CAPS: o Álcool/ Drogas e o Infantil. O município foi o primeiro do Nordeste a implantar esse sistema, tirando o foco das internações em hospitais psiquiátricos, como era praticado antigamente. “Foi uma revolução muito grande principalmente para nossa Região. A forma de ver não somente a pessoa com transtorno mental, mas também a de lidar com ela. Passou-se a ver o ser humano por trás do transtorno que é uma mudança muito importante”, ressalta a psicóloga Lumara Alves.
Nova perspectiva
A melhoria no modelo de tratamento apresentou uma nova perspectiva para quem procura a unidade. É tanto que aumentou a demanda pelos serviços de saúde mental na cidade, que passou a atender até pessoas de outras cidades. Antes, em média eram 150 atendimentos por mês, passando para mais de 600 atualmente. A pandemia da Covid-19 também contribuiu para que essa busca cada vez mais expressiva. “Teve mês que a gente chegou a atender 800 pessoas. Só atendimentos. Na farmácia, em uma semana foram 500 atendimentos. Todo dia a gente recebe encaminhamento de PFS, de hospitais, de pessoas com necessidade de avaliação psicológica”, afirmou o enfermeiro Wendel Lima, coordenador do CAPS Geral.
Após 30 anos, desde que foi instalado o primeiro CAPS no Ceará, na cidade de Iguatu, o estado atualmente conta com 164 unidades em 118 municípios, com especialidades que vão desde o Geral, Álcool/Drogas e o Infantil. Em Iguatu, o primeiro CAPS foi inaugurado em novembro de 1991. Na época o psiquiatra Antônio Weimar Gomes, que também era vereador na cidade, foi enviado a Santos (SP) naquele mesmo ano para conhecer a experiência do CAPS instalado naquela cidade, retornando empolgando com as informações necessárias que ajudaram a implantar o primeiro CAPS do Nordeste, o segundo do Brasil.
Desafios
Atualmente o sistema de tratamento de saúde mental de Iguatu segue com uma rede formada por outros dois CAPS, além de uma residência terapêutica. Mas a garantia do funcionamento regular desses serviços, que é custeado pelo Governo Federal e pelo próprio município, enfrenta desafios. “Nós recebemos um incentivo, vamos dizer assim, do Ministério da Saúde, pela implantação desses equipamentos, mas a contrapartida maior sempre recai no município. São equipamentos extremamente demandados pela população de todas as faixas etárias. Então nós temos que enfrentar mais esse desafio financeiro e deixar essas unidades funcionando para atender quem precise”, declarou Fernando Fernandes, secretário da Saúde de Iguatu.
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